“A favela é, um problema social”, diz Bezerra da Silva em sua música “Eu sou Favela”, regravada também por Seu Jorge.
Na letra, Bezerra começa dizendo que está em defesa de todas as favelas do Brasil. Já na primeira frase, a música afirma que a favela, nunca foi reduto de marginal.
Além disso, na música, ele diz que na favela só tem gente humilde, marginalizada “ e essa verdade não sai no jornal”.
É, aí eu entro discordando.
Na manhã de ontem, enquanto eu estava na rua (onde é, de fato, lugar de repórter), encontrei com um garoto de 17 anos, mas que pela baixa estatura aparentava bem menos, morador de rua.
Moro em uma cidade onde a sociedade elitizada defende que “não há pobreza, tampouco moradores de rua”. Os fatos provam o contrário. E não, não é um fato isolado.
O jornal noticia sim, a verdade. A dura verdade que na música, dizem sim, que não é falada. Eu, como jornalista, fiz lá, o meu papel social. Conversei com o garoto, ouvi a vida dele, reportei e não deu outra: primeira página.
Ao lado do meu amigo e parceiro de profissão, o repórter Eduardo Correia (rádio e TV), rodamos com a reportagem por toda a cidade, ouvindo sim, todos os lados de quem teria que ser ouvido.
A Secretaria Municipal de Assistência Social espalha panfletos, cartazes e outdoors por todos os cantos pedindo para que não dêem esmola, mas que chamem o Atendimento Cidadão.
“Minha gente é trabalhadeira
Nunca teve assistência social
Ela só vive lá
Porque para o pobre, não tem outro jeito
Apenas só tem o direito
A um salário de fome e uma vida normal”
É, atendimento este que não chega aos locais para recolher os menos favorecidos e que sim, precisam de assistência social.
O mais difícil é, contudo, ver que amanhã, o fato “boom” de hoje já envelheceu, e a favela continua sendo, um problema social.
Por isso, como já disse Bezerra da Silva, eu to aqui, em defesa de todas as favelas do Brasil…porque eu sim, sou da imprensa, eu sim, sou favela.