A solidariedade ao povo boliviano e o apoio ao presidente Evo Morales reuniu as principais forças de esquerda do país em uma manifestação em frente ao consulado da Bolívia, em São Paulo, no final da tarde desta quinta-feira. O cônsul da Bolívia, Jaime Valdívia, recebeu o manifesto das entidades e agradeceu o apoio.
O ato reuniu 250 militantes e dirigentes políticos das entidades mais representativas do país. Desde a jornada unificada de maio de 2007, centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda não participavam em conjunto de uma manifestação. “Demos uma demonstração
de unidade e reação rápida em um momento em que o povo boliviano está em resistência”, afirmou o integrante da coordenação nacional do MST, José Batista de Oliveira.
A manifestação condenou a participação dos Estados Unidos nos ataques contra a democracia na Bolívia e defendeu a expulsão do embaixador americano em La Paz, Philip Goldberg. Ele se reuniu 15 dias antes do começo ataques, a portas fechadas, com o governador Rúben Costas, de Santa Cruz, que faz oposição ao governo.
As entidades que participaram da manifestação marcaram uma reunião nesta sexta-feira para organizar um comitê em solidariedade ao povo boliviano e ao presidente Evo.
Junia Gouveia, da direção Intersindical, acredita que “é preciso que esse ato seja um primeiro momento: a América Latina se levantará em solidariedade ao povo boliviano”.
“A burguesia e os meios de comunicação gostam de falar de democracia, mas não respeitam quando os governos beneficiam o povo”, questionou Valter Pomar, da secretaria de relações internacionais do PT. “A
solidariedade internacional deve estar acima de tudo em qualquer circunstância”, defendeu Batista. “Se necessário, estaremos na rua de novo na próxima semana”.
A escalada de violência da oposição deixou pelo menos 30 camponeses mortos por grupos armados. Depois da intensificação de atos de desrespeito ao governo de La Paz e de ameaças físicas ao presidente Evo, os oposicionistas passaram à guerra aberta contra o Estado
boliviano na semana passada. Foram atacados, destruídos e roubados pelos golpistas escritórios do governo federal, que ainda estão ocupados, e saqueados feiras e mercados populares de indígenas.
As entidades que convocaram o ato foram Via Campesina, MST, MTST, Intersindical, Conlutas, CMS (Coordenação Dos Movimentos Sociais), CUT, Marcha Mundial Das Mulheres, UNE, Pastoral Operaria Metropolitana De São Paulo, Consulta Popular, Serviço Pastoral Dos Migrantes, MTL,
Grito dos Excluídos Continental, PSOL, PSTU, PCB, Refundação Comunista, o PT, o PC do B.