Bárbara Sturm é atualmente diretora da Pandora Filmes e criadora do Festival Internacional de Cinema em Balneário de Camboriú, cuja sétima edição foi no fim de 2017.
Seu primeiro curta foi “O Sussurro” – “a história de um homem que conquista as mulheres falando no ouvido delas”.
Você foi de Campinas para São Paulo estudar moda, como surgiu o interesse em trabalhar com cinema?
“Vim para SP estudar moda e entrei para a distribuidora do meu pai Pandora filmes como estagiária e no fim do primeiro ano resolvi trocar de curso, saí da moda e fui estudar cinema”.
Pouco depois de trocar a moda pelo cinema você criou o Festival Internacional de Cinema em Balneário de Camboriú. Por que escolheu o balneário para o Festival?
“O CINERAMABC, Festival de Cinema de Camboriú é um festival criado por mim e por meu marido André Gevaerd, ele é de lá, e Balneário de Camboriú é a cidade que mais vende ingresso no Brasil por número de habitante, então tem um forte consumo de audiovisual, de cinema principalmente nas salas… e o Vale do Itajaí, que é onde fica o Balneário Camboriú, é uma das maiores imigrações europeias do Brasil. Aí a gente viu que fazia muito sentido fazer um festival de cinema de autor lá”.
Quando surgiu a ideia do selo e elas e quanto tempo levou até a colocação do projeto em prática?
“O selo Elas é um envelopamento da área de projetos da ELO. A área de projetos inteira é coordenada por mim e pela Carole Moser, minha colega. Eu faço a parte artística e a frente de mercado de contato com os produtores e ela faz a parte executiva. A gente no fim do ano passado, tanto com as pesquisas da Ancine de apenas 17% dos longas lançados em 2016 serem dirigidos por mulheres, quanto pela forte consumação do interesse do público por narrativas femininas, como Mulher Maravilha, Big Little Lies, Lady Bird entre outros, a gente entendeu que fazia sentido criar um selo para o acesso de projetos dirigidos por mulheres ser direto, para a gente conseguir receber mais projetos e por outro lado criar essa rede de mulheres que existe informalmente de profissionais do audiovisual, com experiência, com tempo, como pessoa física, se dedicando a esses projetos para potencializa-los. A gente começou a conceber o selo em novembro do ano passado e fez todas as estratégias para o lançamento ser agora em abril”.
Bárbara Sturrm e Carole Moser
Quantas mulheres atualmente fazem parte do grupo de consultoras? O trabalho é totalmente voluntário ou acordo previsto para recebimento após o lançamento?
“A rede é formada apenas por pessoas da Elo. Até quinta-feira (5 de abril – lançamento do selo) ela era formada por mim, na parte artística de longas-metragens de ficção, pela Carole, na parte executiva de todos os projetos e pela Maria Carolina Teles, que é a head da equipe do núcleo interno de conteúdo da Elo que é especialista em documentários e a primeira pessoa externa da Elo que entrou nessa rede foi Camila Pitanga, que é uma atriz realizadora, uma pessoa engajada, interessada, que foi convidada para ser madrinha do projeto e na quinta-feira (5 de abril) a gente abriu tanto o contato para receber projetos dirigidos por mulheres quanto para receber novas profissionais interessados. A gente recebeu diversos emails, diversas mulheres incríveis conhecidas e outras também desconhecidas e agora a gente vai organizar essas pessoas para entender também que funções a gente tem e criar um modelo de trabalho, mas essas atividades são voluntárias”.
Para a inscrição as produções devem ter orçamento e roteiro, mas vocês aceitam também projetos já finalizados pendentes somente de distribuição? E no caso de séries e curtas, vocês estão abertas para esses formatos?
“Não, nesse primeiro momento é apenas para Longas-Metragens, ficção, documentário e animação. A gente já tem nove projetos selecionados que vieram das contratações de 2017 da área geral de projeto, onde a gente tem outros filmes dirigidos por outros gêneros mais esses nove dirigidos por mulheres. Então a princípio não vai ser para série nem para curta, apenas para longa-metragem e sim, a partir do momento que ele tenha roteiro e orçamento desenvolvido até estar finalizado. Inclusive um desses longas que já estão no Selo é o “Amores de Chumbo” que estreia em junho”.
Em relação à distribuição, esta será em forma de carteira de projetos ou separadamente?
“A princípio o trabalho vai ser por projeto. Eles estão dentro do selo de uma forma visual e também empacotados, como falei, eles vão ter a consultoria dessa rede e vão ter esse logo, mas a princípio o trabalho é sempre individual em cada projeto tanto as estratégias quanto as vendas e a distribuição no cinema também”
O selo ELAS foi lançado oficialmente no dia 5 de abril de 2018 lotando o Espaço BE Brasil (APEX\Bravi) do Rio2C. O evento contou com a presença de Christian de Castro – Diretor-Presidente da Ancine – Agência Nacional de Cinema.
Para dúvidas e inscrição de projetos ou consultoria voluntária entrar em contato pelos e-mails abaixo:
Bárbara Sturm
barbara@elocompany.com
Carole Moser
projetos@elocompany.com
Entrevista e fotos Creuza Gravina