Assistimos todos os dias nas ruas das grandes cidades brasileiras a sacrifícios humanos. São corpos e mais corpos dilacerados por armas do mais grosso calibre, somente usadas em situações de guerra. São crianças, idosos, mulheres, homens, embora um grupo se destaque, os jovens negros e pobres. Estes representam a grande maioria dos sacrificados. São corpos e mais corpos retirados das favelas enrolados em lençóis ou incinerados nos próprios locais.
Os astecas realizavam sacrifícios humanos. Eles acreditavam que se não os realizassem, o sol não voltaria no dia seguinte. Há informações de festivais de execuções com milhares de mortos, em adoração ao deus Huitzlopoctli – o deus Sol, mas isso ocorria há centenas de séculos atrás. O que não entendemos é como esse tipo de louvor pode acontecer hoje, no século XXI, já ultrapassados o Iluminismo, as revoluções burguesas e socialistas, duas grandes guerras e a explosão de duas bombas atômicas: Hirochima e Nagazaki.
Sem dúvida o ser humano tem aprendido muito e, de vez em quando, percebemos a necessidade de expressar os já conhecidos valores civilizatórios, aqueles tão bem resumidos pela Revolução Francesa, ou seja, “liberdade, igualdade e fraternidade”, entretanto o sentido mais feroz de nossa espécie tem sido açodado por um deus terrível, um deus vingativo e voraz, incapaz de poupar suas vítimas e exigente em seus sacrifícios, mau e sanguinário, dono do espírito e da mente de quem lhe cultua. Um deus que valoriza sobretudo a fidelidade, o amor cego e raivoso. Intocável, delirante, possesso em suas ações. Literalmente avesso a normas, convicções, éticas e a qualquer moralidade, totalmente amoral.
Por mais que fujamos dele sempre somos alcançados. Os poucos que conseguiram estar perto dele tiveram de demonstrar todo seu apreço por figura tão pusilânime. É amigos, estamos falando do deus CAPITAL! E então perguntamos, quantos mais sacrifícios serão necessários para aplacar a sede de sangue desta divindade?
“Em São Paulo, Deus é uma nota de cem!”
Racionais Mc’s
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