No último dia 16, inúmeras pessoas se reuniram no Teatro OI Casa Grande para o evento intitulado “Pela democracia e pelo direito de Lula ser candidato – Artistas e Intelectuais com Lula”. À primeira vista, pela localização e por ser um ato organizado por artistas e intelectuais poderia parecer elitista, porém lembrando a história do teatro e considerando os diferentes participantes que apresentaram suas ideias, podemos compreender melhor e ratificar a importância desse debate.
Inaugurado em 1966, o Teatro OI Casagrande tem uma história de luta, se transformando em um centro de resistência durante o regime militar, e tendo abrigado,a partir de 1975, os Ciclos de Debates da Cultura Contemporânea. E foi nesse teatro que Lula, Luiz Ignácio Lula da Silva, na época sindicalista palestrou pela primeira vez no Rio de Janeiro. O lugar foi palco de diversas reuniões políticas importantes, como o primeiro encontro das Diretas Já. Em 2012 o teatro foi tombado como patrimônio cultural da cidade.
Quanto ao grupo de palestrantes, o mesmo era formado por pessoas de diferentes profissões, como atores, políticos, representantes de movimentos estudantis, sambistas e muitos outros.
Talvez nem todos do palco e da plateia tiveram ou terão Lula como candidato à presidência, contudo todos são unânimes na luta em prol da justiça e da transparência.
A condenação de Lula sem provas concretas é fraude e abre margem para outras condenações do tipo. O tema principal não era discutir culpa e sim reforçar que ninguém pode ser condenado sem comprovação de delito.
A determinação de penhora do famoso triplex do Guarujá pela juíza Luciana Corrêa Torres de Oliveira, da 2ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais, que afirma que o mesmo pertence à OAS, entra em contradição com a decisão do juiz Sérgio Moro, que atribuiu ao ex-presidente a posse do imóvel e o condenou a 9,5 anos de prisão. Esse fato evidência ainda mais a falta de argumentos válidos e comprovados.
Foram diferentes falas e mensagens de apoio internacional, terminando com um discurso confiante de Lula, que assumiu que agora é uma questão de honra ser candidato à Presidência: “Eu quero dizer para vocês, tô no jogo”. “… Que saia candidato quem quiser (…) deixa o povo se manifestar” E complementa, fazendo alusão ao impeachment de Dilma: “(…) Aí vamos ver o resultado, quem ganhar governa esse país e quem perder aceita a governança de quem ganhou”.
Fotos Creuza Gravina
Creuza Gravina