O objetivo da contribuição aqui apresentada é impulsionar no meio estudantil o debate sobre as diferenças. Os fatos apresentados visam sua leitura em sala e a partir daí suscitar trocas de opiniões dos estudantes em relação às atitudes e encaminhamentos por parte dos “atores” presentes no texto.
Primeiro fato:
Numa sala de aula da 4ª série do ensino básico , Antonia, 10 anos, discute com Isabel, 9 anos. Isabel chama Antonia de negra feia e macaca. Antonia furiosa, dá um tapa no rosto de Isabel e dá inicio a uma briga acalorada. A professora Clarice separa a briga e leva as duas meninas para a sala da diretora Ana. Após alguns minutos de conversa, a diretora manda chamar à escola os pais das duas meninas. Na conversa com os pais, Rafael e Lia, pais de Isabel ficam exaltados e dizem: “ vamos tirar nossa filha dessa escola de favelados e pretos, esse povo barraqueiro, aqui não é mesmo lugar para nossa filha freqüentar” Os pais de Antonia, Julio e Margaret tentam argumentar que são coisas de crianças e isso está relacionado a um problema maior na sociedade. Em vão! Rafael e Lia saem da reunião e sentenciam: “ nossa filha não põe mais os pés nessa escola.
Segundo fato:
Um dia, Alice, 21 anos, fala aos seus familiares que gostaria de fazer um almoço especial e que teria uma decisão muito importante para partilhar com todos. Na hora combinada chega Alice com uma amiga. “ Pessoal essa é a Rebeca , minha companheira e nós decidimos que vamos viver juntas”. Naquele momento houve um silêncio profundo. Após alguns instantes o pai disse: “ Não criei filha minha para essa safadeza, de hoje em diante não tenho mais filha, sai dessa casa e não põe mais os pés aqui” . A mãe , sem palavras abraça a filha e chora copiosamente. O irmão, homem religioso, diz “ você está possuída! Isso é coisa do demônio” e sai da sala. A irmã mais nova após instantes opina: “ olha Alice, a vida é sua, faça dela o que for melhor pra você. Siba que pode contar comigo para o que precisar”.
Acaba a reunião, Alice e Rebeca se abraçam e seguem seus caminhos.
José Geraldo da Rocha