EstudanteNet – Os movimentos sociais e entidades que participam da Campanha “A Vale é Nossa” lançaram na última semana o vídeo sobre o Plebiscito Popular pela anulação do leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, realizado em maio de 1997. O plebiscito acontece de 1º a 7 setembro e também abordará os temas da tarifa de energia, da dívida brasileira e da reforma da Previdência. Os movimentos pretendem fortalecer a reta final da campanha. Nos plebiscitos populares anteriores, da Dívida Externa (2000) e da Alca (2002), a participação foi, respectivamente, de seis milhões e de dez milhões de eleitores.
O vídeo “A Vale é nossa” resgata os diversos problemas ocorridos na privatização da empresa, como a sub-avaliação do patrimônio e do preço de venda da Vale, assim como a participação irregular de empresas na avaliação e compra da estatal. A produção pretende lançar luz sobre o fato de que até hoje, dez anos após o leilão, a Justiça brasileira não se pronunciou sobre esses problemas, existindo atualmente mais de 100 ações questionando o processo que aguardam julgamento definitivo.
Em pesquisa realizada em maio deste ano com duas mil pessoas em 17 estados brasileiros, 50,3% disseram ser a favor da retomada da empresa pelo governo, ante 28,2% contrárias – 21,5% não souberam responder. A sondagem foi realizada a pedido do DEM, o antigo PFL.
O vídeo traz ainda entrevistas com os professores Fabio Konder Comparato (USP), Aluizio Leal (UFPA) e Helder Gomes (UFES) e de representantes dos movimentos sociais e entidades participantes da campanha, como João Pedro Stédile (MST), Paulo Maldos (Cimi), José Antonio Moroni (Inesc e Abong), Maria Lucia Fatorelli (Unafisco) e Luiz Fernando (Intersindical).
Os ex-deputados federais Dra. Clair e Sérgio Miranda, o bispo de Jales (SP), Dom Demétrio Valentin, o advogado Eloá Cruz, o jornalista Lúcio Flávio Pinto e o procurador do MPF-PA Ubiratan Cazzeta também integram o grupo de entrevistados. Depoimentos de seis moradores de Parauapebas (PA), onde se localiza o complexo mineral de Carajás, completam a relação de entrevistas, realizadas em dez cidades.
Contando com a colaboração de cerca de 40 pessoas, a realização do vídeo teve o apoio de entidades como a Aepet, Comissão Pastoral da Terra de Belém (PA), Intervozes, MST, SindUTE-Floresta, Sitraemg e Telesur Brasil.
Além de resgatar os desvios e abusos da privatização da Vale, apontando para a possibilidade de anulação da venda pela Justiça, o vídeo coloca em xeque o antigo modelo de estatais existentes no país. Nesse sentido, a produção apresenta uma série de propostas sobre a “Vale que queremos”, que vão do respeito ao meio ambiente à gestão com participação social, passando pelos direitos dos trabalhadores e dos povos atingidos pelas atividades da empresa, especialmente os indígenas.
Clique aqui e assista ao vídeo
Acesse o site da campanha: http://www.avaleenossa.org.br