Diário Não Oficial do Brasil – Dia 121/365

Dia do trabalhador. E a voz que não cala é a do trabalhador que é o melhor presidente que esse país já teve.

“Minha condenação injusta e minha prisão ilegal há mais de um ano são mais que o resultado de uma farsa jurídica. São consequências diretas do fracasso social, econômico e político do golpe do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016.

Aquele golpe começou a ser preparado em 2013, quando a Rede Globo de Televisão usou sua concessão pública para convocar manifestações de rua contra o governo e até contra o sistema democrático. […].

[…]. Multiplicamos o PIB por várias vezes, chegamos a 20 milhões de novos empregos formais, tiramos 36 milhões de pessoas da miséria, levamos quase quatro milhões de pessoas às universidades, acabamos com a fome, multiplicamos de modo espetacular a produção e comércio da agricultura familiar, multiplicamos por quatro a oferta do crédito, e isso em meio a uma das maiores crises do capitalismo na história. E ainda assim praticamente quadruplicamos as nossas exportações. […]

Para quem não conhece o Brasil, nossas elites dizimaram milhões de indígenas desde 1500, destruíram florestas e enriqueceram por 300 anos às custas de escravos, tratados como se fossem bestas, colonos e operários tratados como servos, divergentes como subversivos, mulheres como objetos e diferentes como párias. Negaram terra, dignidade, educação, saúde e cidadania ao nosso povo.[…].

[…]. O acúmulo das lutas do PT e da esquerda brasileira, do sindicalismo, dos movimentos sociais populares nos levou a consolidar um pacto democrático na Constituinte de 1988.

Esse pacto foi rompido pelo golpe do impeachment em 2016 e por seu desdobramento que foi minha condenação sem culpa e minha prisão em tempo recorde para que eu não disputasse as eleições.

Reafirmo minha inocência, comprovada por todos os meios de prova nas ações em que fui injustamente condenado pelo ex-juiz Sérgio Moro, sua colega substituta e três desembargadores acumpliciados do TRF-4.

Repudio as acusações levianas dos procuradores da Lava Jato e denuncio Dallagnol, que nunca teve a coragem de sustentar, ante meus olhos, as mentiras que levantou contra mim, minha esposa e meus filhos. […].

O povo sabe que minha prisão teve motivos políticos. Posso reafirmar com a consciência tranquila por ser inocente. Os que me condenaram, não. […].

Mesmo assim, minhas ideias e meus ideais continuam vivos na memória e no coração do povo brasileiro. Mantenho minha esperança e confiança no futuro num julgamento justo, por causa das generosas manifestações de solidariedade que recebo todos os dias aqui em Curitiba por parte dos companheiros maravilhosos da Vigília e de todos os cantos do Brasil e do mundo.

Eu sei muito bem o lugar que a história nos reserva, meus companheiros e companheiras. E sei também quem estará na lixeira dos tempos, quando o povo vencer mais essa batalha. Mais importante do que isso: sei que a injustiça cometida contra mim recai sobre o povo brasileiro, que perdeu direitos, oportunidades, salário justo, emprego formal, renda e esperança num futuro melhor.[…]

Mas guardo comigo uma certeza: preso ou livre, censurado ou não, tenho com o povo brasileiro uma comunhão eterna que o tempo não vai apagar. Contra todos os poderosos, contra a censura e a opressão, estaremos sempre juntos por um Brasil melhor, mais justo, com oportunidades para todos.
Obrigado!”

Trechos do pronunciamento do Presidente Lula antes da primeira entrevista após um ano de prisão, o pronunciamento completo pode ser encontrado na Revista Fórum.

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