Diário Não Oficial do Brasil – Dia 101/365

1. O ministro da justiça comenta a morte do músico Evaldo Rosa como algo “que pode acontecer”, o porta-voz da presidência, considera um incidente. 80 tiros, um incidente. O governador do Rio de Janeiro diz que não cabe tecer qualquer comentário. O silêncio retumbante do presidente da república sobre os 80 tiros no músico Evaldo Rosa, deixa muito claro que há consentimento no ato. Não há indignação expressa. Para quem vive do senso comum e de twitter, o silêncio soa como consentimento. Essas pessoas lavam as mãos com sangue.

2. A luta no Chile é pelo fim da capitalização dos recursos da Previdência. O ministro Tchutchuca, aquele processado por desvio de 1 bilhão de fundos de pensão, quer nos jogar nesse mundo sem futuro.

3. As empresas interessadas na reforma da previdência montam escritório de lobby em Brasília, e não fica claro quais argumentos pretendem entregar aos parlamentares. Entre os responsáveis alguns dos piores empresários do país, aí incluído o dono da Havan, aquele que foi condenado a 13 anos e nove meses de cadeia por lavagem de dinheiro, e que conseguiu parcelar em 115 anos a sua dívida com a previdência e a receita federal.

4. Parte da imprensa faz malabarismos para tentar dar credibilidade aos 100 primeiros dias desse (des)governo, e afirma que foram cumpridas mais metas que em igual período dos governos anteriores. Entre as metas “cumpridas” estão “não aumentar impostos” e “não recriar a CPMF”. Parece brincadeira. É como se fossem metas, acordar todos os dias, escovar os dentes, tomar banho. Detalhes primários de um cotidiano sem destino, que não tem projeto de construção, só de destruição.

5. Sete fundações de partidos de esquerda discutiram ontem os 100 dias de desconstrução do Brasil, o que mostra que temos articulação e possibilidade de reconstrução.

6. O governo brasileiro é tão explícito no seu apoio aos atos de violência, que não haverá como impedir a indignação e a reação. Sempre haverá resistência.

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