Diário Não Oficial do Brasil – Dia 73/365

O dia 14 de março, fica marcado com sangue. O dia em que nasceram Castro Alves, Glauber Rocha e Abdias Nascimento, é também a data da morte de Marielle Franco executada com 11 tiros, atingindo, também o motorista Anderson Gomes. Andersonn não era alvo. Marielle Franco, com trajetória impecável, produtiva vereadora, combativa e com grande capacidade intelectual, seria candidata a Senadora pelo Rio de Janeiro, pelo Psol, seu partido.

Os gritos que ficaram ecoando o ano todo foram: quem matou Marielle, por que matou, quem mandou matar?

A morte de uma parlamentar assassinada deveria causar uma comoção nacional, onde todos os parlamentares se debruçassem sobre o que estava acontecendo no país e isso foi quase verdade. Os Bolsonaros e o seu Partido não fizeram coro. Na Assembleia Legislativa, Flávio Bolsonaro que já havia homenageado um dos assassinos, foi o único parlamentar que votou contra uma homenagem. Eduardo Bolsonaro, antecipou que culpariam um PM, Jair Bolsonaro minimizou a ocorrência, só mais um assassinato dos tantos. O deputado estadual pelo PSL, Rodrigo Amorim, quebrou a placa de rua em homenagem a Marielle Franco e usa a placa quebrada como troféu no seu escritório. O atual governador do Rio, também ligado à familia, aplaudiu o ato. Essas são assinaturas.

O jornalista Luís Nassif, a revista Piauí, a Revista Fórum apontam detalhes. É quase uma teia, tecida em torno da bolsofamília, a cada suspeito, indiciado, investigado, tem um fio ligando o elemento à família.

Assessores, vizinhos, ex-sogro, do bolsofilho, motoristas, todos os investigados até agora têm uma conexão, nada casual, com a bolsofamília. Com 117 fuzis, com tudo.

Parte da história ainda é interrogação, porque todo o aparato institucional é suspeito, na medida em que os assassinos vêm do corpo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, com conexões do Planalto à vereança. E diante desse quadro perguntamos: o quanto está sendo revelado? Há quanto tempo a Polícia Federal sabia? Por que tudo acontece tão espetacularmente às vésperas de completar um ano do assassinato de Marielle? Ao serem questionados, quem mandou matar Marielle, a resposta oficial é uma outra assinatura: também queremos saber quem mandou dar a facada. A facada além de instrumento eleitoreiro também passa a ser instrumento de compensação. No mundo que reúne, no mesmo governo, Sérgio Moro, Paulo Guedes, Jair Bolsonaro, um astronauta, um colombiano xenófobo, uma ministra da família (em nome de jah!) que sequestra crianças, nada é coincidência.

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