Diário Não Oficial do Brasil – Dia 28/365

Crime ambiental de Brumadinho. Ninguém foi preso. 60 pessoas mortas. 382 desaparecidos. Terceiro Dia.

1. Eu poderia falar de Brumadinho, e aprofundar sua tragédia desde a privatização da Vale, eu poderia falar de educação, da proposta de homeschooling até a escolha direta de reitores de universidades federais, eu poderia falar do escárnio do Ministro da Justiça com Jean Willys, mas algo me chamou mais atenção do que tudo isso.

2. Mourão? É sério que Mourão desponta como alternativa razoável a Bolsonaro com torcida e tudo até do campo progressista? É tão absurda essa proposta quanto achar que Moro era um juiz que se converteu ao bolsonarismo, quando ele, na sua sanha “justiceira”, representa essa corrente muito claramente todo o tempo.

3. O projeto milícia-caserna-toga-ultraliberalismo anda junto e misturado desde sempre. A dupla Bolsonaro-Mourão foi eleita junta, com um projeto claro, apesar de não dito no seu programa, de retorno e aprofundamento do neoliberalismo. Com claras opções fascistas, de supremacia branca, desenvolve um thriller de terror que eu denominaria “Neoliberalismo Parte II – A Revanche”. Uma série que não pretende durar apenas quatro anos, com roteiro escrito pelos piores roteiristas classe Z de Hollywood, argumento de Trump e petroleiras estadunidenses e esses atores principais, Bolsonaro, Mourão (milícia-caserna) , Moro, Guedes (toga-neoliberalismo) não estão pra enganar ninguém.

4. Lauro Campos (ex-Senador PT e PDT) chamou FHC do antipresidente da antinação, numa definição brilhante, Bolsonaro-Mourão estão nessa pegada, dos anti-presidentes. O projeto neoliberal volta agora sem ritos, sem firulas. O príncipe da privataria que distribuiu o país para qualquer holding que aparecesse, deixou as contas públicas detonadas, não teve tempo de concluir o seu trabalho. Nessa nova temporada (ALERTA DE SPOILER) o Brasil morre no final. Os rituais satânicos de Higienópolis foram dispensados, agora é sem disfarce e com telegráficos discursos de seis minutos.

5. Cada ministro representando um crime diferente, numa área diferente. A única parte democrática do governo é essa. Ampla, geral e irrestrita representação de facções diferentes. Da ilegalidade da toga, agindo politicamente para favorecer grupos diversos, ao papel deprimente das mulheres. As mulheres têm os papéis de estereótipo que o patriarcado distribui, A MÁ, representando o agronegócio, que está avançando sobre as terras indígenas e A LOUCA, responsável por criar performances polêmicas, mas que avança nas suas propostas também de genocídio das populações indígenas, das mulheres e das crianças brasileiras que em breve, nem direito à escola pública terão.

6. Eu nunca assisti os filmes de Freddy Kruger, mas Trump deve ter economizado no roteiro e dado Control C, Control Z.

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