Hoje, vigésimo quarto dia, o comentário inclui o Congresso Nacional. O Senado não tem gabinete de número 24 porque os machistas absurdos não querem o gabinete 24.
São políticos eleitos para legislar num país em que o nível de machismo é esse. O número 24 se refere a veado (no jogo do bicho, talvez, não me dou ao trabalho) e isso cria toda uma questão no senado, que deveria estar se ocupando em criar uma nova legislação para romper com a cultura da LFBGQIfobia, criando medidas de proteção à população.
O número 24 também se refere a um dia inteiro. Um dia inteiro no país significa pelo menos a morte de mais um homossexual, 15 atos de violência contra homossexuais, 30 denúncias de violência contra homossexuais. Meninos e meninas serão expulsos de casa, sofrerão bullying e talvez se suicidem. As estatísticas que eu busquei hoje são um pouco contraditórias, mas diversos veículos nos colocam no topo dos países da intolerância com orientação sexual. Esses números aligeirados não contam histórias terríveis como matar uma pessoa trans e arrancar seu coração.
O presidente eleito também é parte dessa política de preconceito . “Prefiro ter um filho ladrão a um filho viado”. Estimula a violência e coloca a sexualidade como um dos fatores para o exercício dessa violência, ao afirmar que filho viado se “cura” na porrada. Parece aumentar uma percepção de que a AIDS é uma doença moral. Apontamos a retirada do Estado de programas de prevenção, nas áreas de infectologia/imunologia , e de assistência integral à saúde. Tudo tratado como uma “ideologização” da saúde. Isso, no país do estupro.
São essas as questões sobre as quais o Congresso e a Presidência deveriam se debruçar. Mais que o vazio de Davos e a ausência em coletivas, a ausência do Congresso para encarar de frente a necessidade de políticas públicas. Nossas estatísticas nas 24 horas do dia, são só a ponta do iceberg diante do corte dessas políticas públicas e do incentivo explicito ao aumento da violência.
Na comitiva que foi a Davos apenas garantir a redução de investimentos públicos, o jornal O Estadão flagrou, e ridiculariza, uma fala de um dos bolsofilhos que acompanha a comitiva: o deputado federal Eduardo Bolsonaro pergunta aos integrantes da sua mesa no café da manhã se a palavra trilionário tem h. A resposta para o deputado é que homofobia começa com H. Ausência com A.
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