Imagem: Twitter
1. O golpe continua em curso. O fato de não aprovar, não dizer amém a todas as pautas que o ex-capitão apresenta, vale um adjetivo. Chantagista. E assim o governo segue manipulando seus incautos eleitores, porque os que não são incautos estão plenamente satisfeitos, dispostos a financiar atos virtuais, e eventualmente off line, pelo fim dos inconvenientes democráticos. E contam com forças armadas auxiliares, oficiais ou não, para dar prosseguimento à necropolítica do neoliberalismo dos decrépitos Chicago boys do dólar a quase cinco reais.
2. Na Índia, em torno de 400 mil agricultores se suicidaram vítimas do neoliberalismo implantado por lá há 30 anos. Lá, o projeto de Estado mínimo reduziu, como faz aqui, os investimentos em segurança alimentar e desenvolvimento rural. A água subterrânea utilizada pelos camponeses está acabando. A morte de crianças abaixo de 5 anos, por ano, alcança números assustadores. São 21 mil crianças desnutridas por ano (Jornal Brasil de Fato). Esse é o futuro que inspira a arquitetura da destruição tupiniquim.
3. Além de toda a restrição de crédito, dos privilégios ao agronegócio, consequentemente à monocultura, e da privatização da água, ainda temos aqui o agrotóxico, inviabilizando a nossa alimentação. Um “pacote do veneno” que tornará a aprovação dos agrotóxicos automática vem contaminar mais ainda nossa terra, nossas águas e nossos corpos, é claro. Uma portaria do ministério da agricultura, publicada ironicamente no dia do idoso, ontem, concede liberação automática a novos agrotóxicos que não forem analisados por eles próprios no prazo de dois meses, apesar de, com a estrutura atual, não possuírem capacidade para atender à demanda nessa velocidade (Jornal Brasil de Fato).
Enfim, somos o paraíso reverso.
P.S.: E como o golpe é internacional e repetido, como um martelo programado, um estudo do Massachusetts Institute of Technology, conclui, agora, que a questionada eleição de Evo Morales, na Bolívia, que a OEA acusou de ser fraudada, para abrir espaço para os golpistas, não apresenta evidência estatística de fraude (El País). Mas o estrago contra a democracia já está feito, é assim que funciona.
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