Imagem: Gilmar Machado – Facebook
E a bala não era de borracha, não era um tiro, eram dois. E o alvo era o coração. E não era greve, era motim. E não tinha uma reivindicação trabalhista, tinha uma profunda conexão com a milícia. Nada diferente do que a militarização tem produzido, transformando agentes públicos em milícia, com sua própria bancada, seu próprio judiciário, seu próprio projeto de poder. Público mesmo, só o financiamento. A bancada da bala, no mais velho estilo oportunista “pega ladrão”, parte em defesa dos policiais escondidos atrás de capuzes, e armados, que ameaçam e aterrorizam uma cidade para manter o controle sobre a população. Trabalhadores não usam máscaras e ameaçam com armas.
Um jornal de circulação local destaca a intervenção federal no estado do Ceará para conter a crise deflagrada pelo senador baleado. A crise foi deflagrada antes, na verdade, quando a polícia-milícia, armada, atacou a população, se amotinou, impediu a circulação de pessoas e intimou o comércio a fechar as portas. A resposta à bala, independente de eventuais intenções midiáticas da reação, demonstra a disposição da milícia.
A ocupação de espaços de poder pela via eleitoral, parece ser o projeto de validação do terror. Um capitão dessa mesma polícia militar que se amotina e aterroriza a população pretende sair candidato às eleições da capital cearense (G1), e tem o apoio da bancada da bala, que sai em defesa incondicional dos atos de vandalismo da força armada que tenta assassinar pessoas enquanto se amotina e se esconde atrás de capuzes (Carta Capital).
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