Imagem: Mariano
Nem nos pesadelos mais absurdos, mergulhados no lodo, se imaginaria um presidente de um país que criticasse os livros didáticos por terem “muita coisa escrita”. E complementa: “em 2021, todos os livros serão nossos. feitos por nós. os pais vão vibrar. vai estar lá a bandeira do Brasil na capa, vai ter lá o hino nacional”. O sonho de consumo da elite trombadinha é isso, um homem no terceiro alçapão depois do fundo do poço, refletindo a mais profunda e orgulhosa ignorância e desqualificação intelectual.
Este senhor, diz seu currículo, foi formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, uma escola militar de elite. O resultado é impressionante. O ministro da deseducação que escolheu, também à imagem e semelhança da nossa elite trombadinha, apresenta um ódio mortal à educação, especialmente se for pública. E tenta destruir toda e qualquer política pública da área, de todas as maneiras possíveis, assassinando, inclusive, a gramática básica.
Entre cortes e não cortes escolheram a figura de Paulo Freire que, a julgar pelos comentários despropositados, não sabem quem foi nem conhecem a obra (tem muita coisa escrita), atacam a ciência, a pesquisa, e a cultura, incapacitados que são de compreender qualquer formulação básica.
O ex-capitão e sua equipe, na reta final da campanha presidencial, não foram capazes de se manifestar, nem mesmo pelo twitter, em relação ao incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro, sua grande comoção vai para uma vulgar estátua de plástico de uma loja de quinquilharias. Deve ser o conceito de arte do ex-capitão. Afinal, nada estava escrito na estátua.
O mundo está em convulsão lá fora, golpe na Bolívia, convulsão social no Chile, Colômbia, Haiti, incêndio na Austrália, Trump abrindo mais uma frente de guerra (já tem, entre outras, a guerra contra os migrantes e o campo de extermínio de crianças na fronteira com o México), e o Irã ameaça reagir ao terrorismo americano.
Por aqui a destruição é constante, diária. O processo de destruição da educação vem acompanhado por encarceramento em massa e aumento de 20% da letalidade das forças policiais do país.
Sob o signo da extrema violência e da extrema ignorância.
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