Imagens: Valter Contarato – Agência Brasilhttp://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-12/shoppings-registram-crescimento-de-95-em-vendas-de-natal-diz-alshop
1. O pós-natal começa com mais uma fake news. As vendas. A Associação Brasileira dos Lojistas Satélites – ABLOS contesta os números de venda divulgados pela Associação de Lojistas de Shopping – ALSHOP, que informam um aumento de 9,5% nas vendas de Natal e de 7,5% nas vendas anuais em 2019. “É uma mentira. Estamos desconfiados de que foi manipulação com alguma segunda intenção”, afirma a ABLOS (Jornal Brasil 247).
2. Talvez essa divergência toda possa ser apenas a franquia do famoso bolsofilho sem sobrenome. Afinal, chocolate é um bom presente de natal.
3. O Diário do Centro do Mundo traz à tona outra questão relacionada às fake news em tempos atuais – o transeunte profissional, ou o popular onipresente. Nunca soube que existia isso. É aquele transeunte casualmente abordado pela reportagem e que concorda com o repórter, e fornece o gancho para a matéria. O popular onipresente revelado, esse específico, “aparece” em várias matérias de duas emissoras: globo e sbt (Diário do Centro do Mundo). A exuberância opinativa do tal transeunte casual bem poderia servir para estudo dos métodos utilizados pela mídia corporativa na “construção da notícia”.
4. No país em que o presidente já tem 592 declarações falsas, contabilizadas pelo sitio Aos Fatos, o papel das fake news aparece como fundamental para manutenção do regime. Algo entre o extremamente tosco e o também extremamente tosco. Se a realidade não traz bons números, fabrique os seus e solte ao vento. Na dúvida, fabrica-se até transeuntes. As ceias de natal e os grupos de whatsapp são os biodigestores das inacreditáveis histórias sobre o país. Inacreditáveis, mas repetidas à exaustão.
5. Para que as coisas continuem do jeito que estão, e para permitir a manutenção do fluxo da desinformação, a supressão do debate público é fundamental. É importante atacar a Cultura, a Universidade, desacreditar qualquer jornalismo que não se limite a dizer amém. É parte da estratégia que permitiu a essas figuras toscas de procuradores, juízes e ministros travestidos de profissionais midiáticos, exibidos sem crítica em redes nacionais coniventes, junto com transeuntes profissionais, formarem a opinião do país em 2019.
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