Dia 308/365 – Não temos tempo de ter medo

Imagem: Chico Ribeiro https://fotospublicas.com/incendios-florestais-na-br-262-e-ms-184-estrada-parque-animais-mortos-pelos-incendios-nos-ultimos-dias-no-pantanal-ms/

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Pequeno panorama do cotidiano do país, numa segunda-feira de quase dezembro:

1. “A gente não tem bola de cristal”, diz o ministro da defesa do governo que já leva mais de sessenta dias sem medidas efetivas para conter o óleo que se espalha na costa do Nordeste (Jornal A Tarde).

2. No partido dos laranjais, que abrigou e elegeu o presidente da república, a cada dia uma nova descoberta. 20 deputados da legenda solicitaram à Câmara “ressarcimento de R$ 730 mil por serviços prestados por firmas que não existem nos endereços informados nas notas fiscais”. R$ 97 mil foram gastos para imprimir panfletos e informativos e, ironicamente, no lugar em que deveria funcionar a empresa que supostamente prestou os serviços funciona um lava-jato (Jornal A Tarde).

3. O tema de redação no Enem (cujas questões o ex-capitão anunciou que teria que aprovar) foi “a democratização do acesso ao cinema”. Enquanto o governo se esforça em destruir o cinema nacional.

4. Depois de ameaçar a população brasileira com um golpe e a reedição do AI-5, um bolsoparlamentar publica uma notícia falsa, apesar da CPI das fake news, atribuindo o levante popular do Chile ao Foro de São Paulo. Provavelmente para tentar diluir a verificação dos efeitos tchutchuca, o ultraliberal refugo de Pinochet, na vida do cidadão chileno.

5. Estamos a dois dias de mais um ato de destruição do país, com o leilão do pré-sal.

6. O Pantanal continua queimando, e a área tomada pelo fogo equivale à área da cidade do Rio de Janeiro.

7. O síndico disfuncional deveria dar o exemplo, para demonstrar que não há risco, e encomendar para consumo próprio, e dos seus familiares, peixes do nordeste, que são inteligentes e sabem quando desviar das manchas de óleo.

8. Os atos contra o autoritarismo do governo estão marcados para amanhã, terça-feira, em 37 cidades do país. Entre os coletivos que convocam os atos para amanhã, a Frente Povo Sem Medo.

“Não tive tempo para ter medo”. Há 50 anos o estado brasileiro, tomado de assalto por militares, assassinava Carlos Marighela. Essa sua frase soa, agora, como uma convocação.

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