Dia 306/365 – Aos nossos

Imagem: Paulo Paulino Guajajara que integrava um grupo de agentes florestais indígenas conhecido como “Guardiões da Floresta/ Sarah Shenker/Survival International/Reprodução https://www.brasildefato.com.br/2019/11/02/lider-guajajara-e-morto-em-emboscada-de-madereiros-no-maranhao/

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1. A receita perfeita da desinformação no estado de exceção que se instalou no país desde 2016 é dada pelo ex-capitão que ocupa o planalto. Dizer qualquer coisa, sobre qualquer pessoa, em grupos de whatsapp e redes sociais, negar todas as evidências via imprensa “oficial”, e silenciar qualquer coisa que esteja fora do script.

2. A rotina segue, sem sobressaltos. O refugo de Pinochet , que ocupa o ministério das benesses para todos os capitais, oferece o país a todos no mercado livre, e o jagunço de Maringá, no ministério de nome irônico, garante, prestativo, varrer tudo para debaixo do tapete.

3. A credibilidade do ex-juiz é tão frágil que, de acordo com a mídia corporativa, a família da vereadora Marielle Franco, assassinada pelos milicianos, solicitou que o ministro se afaste das investigações do crime. A presença do marreco, ex-mentor oculto do partido da lava jato, não vai contribuir. A conhecida parcialidade deve, ao contrário, atrapalhar mais ainda as investigações.

4. As revelações sobre o assassinato são estarrecedoras. Hoje o ex-capitão confessou tranquilamente ter interferido nas investigações e recolhido as gravações de voz da portaria do seu condomínio, que eventualmente poderiam ser prova contra ele, “para que não fossem adulteradas”. E nada aconteceu na republiqueta onde tudo indica que, cada vez mais, o crime compensa.

5. Mas hoje, feriado nacional, é dia de homenagear os mortos. E denunciar o genocídio. De acordo com a revista Isto É, pelo menos 8.350 índios foram mortos por ação direta do Estado no período entre 1964 e 1988. Ontem, a milícia de madeireiros no estado do maranhão, realizou uma emboscada e matou mais uma liderança indígena. O país governado pelo ex-capitão praticamente estimula o massacre, retirando políticas de proteção e questionando a presença indígena no próprio território.

6. É dia de lembrarmos de que pelo menos 1200 camponeses foram mortos durante a ditadura militar, no período de 1964 a 1985, segundo a mesma revista Isto É. É dia de reverenciarmos a memória dos 434 mortos e desaparecidos oficiais da ditadura militar, jovens, estudantes, militares e militantes. É dia de reverenciarmos Carlos Marighella, cujo assassinato pelo terrorismo do estado brasileiro completará 50 anos na próxima segunda-feira. Hoje é o dia de homenagearmos Marielle Franco, assassinada pela milícia carioca que hoje está no comando.

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