Dia 269/365 – Pimenta nos nossos olhos

Foto: Gustavo Bezerra https://fotospublicas.com/manifestacao-no-stf/

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1. Intervenção militar nos outros é refresco. A extrema-direita brasileira mais uma vez, percebeu, ontem, que os resultados de uma coisa assim não é algo que afete só os outros. Em frente ao STF, protestou pedindo intervenção militar e o fechamento do tribunal, e conseguiu uma intervenção pra chamar de sua, exclusiva. Com direito a spray de pimenta nos olhos e correria. Os ingratos ainda reclamaram.

2. E o tribunal tergiversa. Habeas corpus sim, mas pra Luís Inácio Lula da Silva, não. O ministro Barroso, maleável, é apontado pelo jornal GGN como o que muda o voto de acordo com a politização da matéria e não sob os auspícios da lei e da norma jurídica.

3. São 537 dias de prisão política. Hoje, de acordo com o jornal Brasil de Fato, o jurista espanhol Baltasar Garzón, que ficou conhecido por ter decretado a prisão do sanguinário Pinochet em 1998, visitou Lula.

4. De acordo com Garzón, o julgamento é marcado pela falta de provas e sua principal crítica ao processo “é a falta de garantias e de cumprimento do devido processo”, afirmando ainda que “o que cai, com a condenação do presidente Lula é a credibilidade do Estado de Direito”. O partido da lava jato, com a parcela do STF (uhu!, é nosso!) continua no controle.

5. O império não consegue mais sustentar o apoio ao conge. O congresso americano começa a questionar a legalidade da operação e a participação do departamento de justiça estadunidense nas estranhas operações do partido lava jato. 13 congressistas democratas, isso mesmo, 13, encaminharam questionamentos acerca da participação do departamento de justiça na operação agora tão obviamente cheia de ilegalidades e de interesses escusos.

6. E assim, segue a nossa primavera. Depois do discurso do síndico disfuncional na ONU, fomos transformados aos olhos do mundo em lixo tóxico, pondo em risco, inclusive, nossos interesses econômicos:

7. A revista Carta Capital relata a participação da nossa aberração particular: apesar do espanto da comunidade internacional o discurso não acrescenta muito aos absurdos que, infelizmente, já conhecemos. Isolando-se – num mundo que já se viu livre de Matteo Salvini e está se despedindo de Macri e Netanyahu, seus aliados referenciais ao lado do presidente dos EUA, que já responde a processo de impeachment – cava mais fundo o fosso de nosso isolamento, “transformando em passado longínquo aquele Brasil que Lula fez o mundo admirar. A política externa ativa e altiva se reduz a isso: a subalternidade aos EUA de Donald Trump e a submissão ideológica à nova direita que se diz soberanista, apontando internamente para um macarthismo insólito, protofascista”.

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