Dia 26 (391) – Ano 2 – O Retorno

Imagem: fred

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1. A grande novidade do domingão é a constatação da fuga recorde do capital estrangeiro. Os dólares fogem em massa. O volume é o maior desde 1982, ainda na ditadura militar. Não adianta dourar a pílula, todos conseguem ver a real. A governança ambiental, social e corporativa do governo merece pouquíssimo crédito, as queimadas na Amazônia lideram a desconfiança. As projeções de crescimento apontadas pelo governo continuam sem sustentação na realidade, cada vez mais uma grande fantasia em um cenário com possibilidades de piorar, em parte graças ao próprio governo. Em 2019 vendemos menos, e temos pela frente a perspectiva de perda de mercados. O caminhão de abacates não adiantou. Pior, “o fato de, pela primeira vez em 40 anos, a exportação de produtos básicos superar a de industrializados evidencia o retrocesso acelerado rumo a uma fazenda exportadora dependente das oscilações dos preços das commodities” (Carta Capital). Então, é esperar que os que forem forçados a tentar a sorte em outros lugares retornem algemados e humilhados, com a complacência do ex-capitão, porque acreditar que a economia “agora vai”, infelizmente, é cada vez mais só para os bolsomínions na realidade paralela do whatsapp.

2. O país sem futuro impede a sua juventude de entrar na universidade pública, fazendo uma lambança que nem a mais absurda incompetência seria capaz de imaginar. A mesma incompetência que em vez de gerar empregos, fomenta a precarização do trabalho e o retorno da mendicância, das pessoas em situação de rua e da exploração infantil. Há três anos o governo federal não divulga dados relativos ao trabalho infantil no país, o que dificulta a criação de políticas públicas para prevenir e sanar o problema (sitio greenMe).

3. O sítio Outras Palavras chama a atenção para o turismo do petróleo brasileiro. O óleo tur onera o preço dos nossos combustíveis e fertilizantes e dá lucro a terceiros. Como destaca o sítio de notícias, por razões que só os atravessadores conhecem, o óleo sai cru, é refinado lá fora a milhares de quilômetros de distância, e retorna como derivados pelas mesmas distâncias, tudo a preço de dólar, que o tchutchuca mantém supervalorizado. Enquanto isso o desmonte da petrobras providencia a venda de oito refinarias que correspondem a 50% da sua capacidade de refino. Quem ganha?

4. O fascismo brasileiro usa o petróleo para fazer benesses para sabe-se lá quem, em detrimento do país. Vamos pagar royalties sobre o nosso próprio produto, como acontece quando se baseia a economia na venda de commodities, e transferir postos de trabalho, enquanto geramos desemprego e morte. É isso e o coronavírus ainda não chegou aqui, com o SUS desmantelado.

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