Imagem: internet http://www.vermelho.org.br/noticia/308524-1
1. A presidenta Dilma Rousseff foi a Paris participar da Festa da Humanidade, um evento organizado pelo jornal L´Humanité. Vítima de um golpe com caráter misógino, a presidenta pediu desculpa pelos ataques do governo à primeira-dama Brigitte Macron e à ex-presidenta do Chile, Michelle Bachelet. Manifestou sua solidariedade, ressaltando a misoginia das declarações.
2. Em outro trecho de sua fala, reproduzido pelo jornal GGN, Dilma Rousseff ressaltou a homofobia e a intolerância dos membros do governo: “A diversidade, seja ela de qualquer espécie, que é base do direito de opinião, é desconhecida para ele”, se referindo ao atual ocupante do planalto.
3. O brutal espetáculo da votação do impeachment de Dilma Rousseff na câmara dos deputados vai ficar na nossa história como um espetáculo de horror. Uma farsa sobre questões tributárias, e uma violência cuja existência entre nós evitávamos admitir. O ex-capitão, então deputado, protagonizou, na ocasião, um dos momentos mais sórdidos e desumanos do espetáculo farsesco ao declarar seu voto favorável ao golpe, e aproveitar para tecer elogios à tortura e a torturadores.
4. A violência explícita exposta naquela ocasião está agora instalada no planalto e ataca a humanidade cotidiana e incansavelmente, tem como alvo preferencial as mulheres. O país não precisa de mais um misógino que estimule a agressão. Já temos suficiente e além da conta, não fosse assim, alguém com um discurso tão violento não teria sido eleito.
5. O Brasil atingiu o recorde de registros de estupros no ano passado. Estamos falando de registros, porque sabemos que muitos casos não são sequer registrados. De acordo com a Agência Patrícia Galvão foram 66.041 vítimas. A taxa brasileira de estupro é de 31,7 por cem mil habitantes. O número de homicídios contra a população LGBT em 2018 aumentou 10,1% em relação a 2017.
6. Precisamos cada vez mais de mulheres e homossexuais na política para combater institucionalmente, no campo de domínio dos misóginos e homofóbicos, pelos seus posicionamentos. Se Dilma Rousseff pede desculpas pelas agressões a Brigitte Macron e Michelle Bachelet, todas nós devemos estar cientes de que devemos desculpas a ela. Enquanto o presidente eleito elogia torturadores, a humanidade reconhece a importância da democracia e da luta pela justiça social.
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