Dia 246/365 – Necropolítica: a violência como método e o perdão aos maus pollicais

Imagem: Latuff

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1. Alguns jornalistas acreditam que toda a radicalização do discurso e o estímulo às queimadas na Amazônia tinham o objetivo de inviabilizar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Ocorre que a concretização do acordo cria dificuldades para os interesses comerciais dos Estados Unidos na região. Então, como Trump não gostou, o síndico disfuncional resolveu criar situações favoráveis às queimadas, desqualificando e desmontando as políticas ambientais, e produzir discursos agressivos e desqualificados contra os países europeus e seus dirigentes. Se essa versão estiver correta, o desejo de agradar Trump é sem limites.

2. Ontem a mídia partidária corporativa teve uma aula magna de jornalismo. Alguns jornalistas não sabem distinguir qual o papel de um jornalista, essa profissão tão importante nesses tempos de fake news. Seria interessante que os sindicatos de jornalistas, conselhos de classe, associações de imprensa dessem uma olhada na atuação desses híbridos de jornalistas e porta vozes que estão atuando nos veículos de comunicação.

3. E o ex-capitão se supera e acaba de uma vez só com a Ancine e as bolsas de pesquisa. Mergulhado numa vida de mediocridade e obscurantismo, o governo cortou mais de 5 mil bolsas de pesquisa da Capes. Mas os mimos e penduricalhos de outros órgãos da administração pública continuam intactos. Por exemplo, o auxílio moradia para os juízes que, de acordo com o sítio da Uol, já consumiu esse ano, até agora, quase 1 bilhão com esse mimo para quem já tem um salário bastante razoável. Há muita controvérsia com relação aos valores cortados, mas com certeza os juízes já ganham acima do teto, o suficiente para o próprio teto, e esses valores poderiam contribuir para o avanço da ciência, inclusive da área jurídica, tão necessitada nesses tempos obscuros. Esse é só um exemplo, existem muitos outros, desde os cartões corporativos ao auxílio paletó para deputados. Vivemos uma total inversão de valores, são 5.613 bolsas de pesquisa cortadas.

4. Em São Paulo seguranças da rede de supermercados Ricoy torturaram um adolescente de 17 anos porque supostamente tentou roubar chocolates. O adolescente foi despido, amarrado, amordaçado, e chicoteado com fios elétricos nas dependências do supermercado. Ele é morador de rua desde os 12 anos e não é assistido pelo estado.

5. Enquanto isso, Queiroz continua morando no Morumbi. O ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe da milícia de Rio das Pedras e acusado da morte de Marielle Franco continua desaparecido, o dirigente da Vale continua impune e os policiais que participaram dos maiores massacres no Brasil dos últimos tempos poderão receber indulto do presidente, que os chama de colegas.

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