Dia 207 (570) – Ano 2 – Viva Teresa de Benguela !

Imagem: Ribs

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1. No dia da mulher negra da América Latina e do Caribe devemos lembrar que a primeira pessoa que morreu vítima da pandemia provocada foi uma mulher negra, de 60 anos, portanto uma idosa, empregada doméstica. Seu pai também morreu logo depois. Ela foi contaminada pela patroa branca, de classe média, que não podia dispensar os serviços essenciais, mantendo, como os seres humanos, o salário da empregada doméstica, durante a pandemia. Numa atualização das senzalas. Aos 63 anos, percorria 120km na pandemia para realizar o seu trabalho, ou dormia no emprego, estendendo sua jornada, em contato diário com os patrões doentes por covid, importado da Itália. Sem proteção. De Miguel Pereira ao Alto Leblon, da perfeita rota escravocrata, dos transportes lotados, dos trabalhos sem EPI, sem indenização, sem respeito. Sem ambulância, coube aos seus familiares levá-la para um socorro.

2. Também vamos lembrar da mulher branca , de classe média, com sobrenome colonial e escravocrata, com as práticas coloniais e escravocratas, colocou um menino de cinco anos em busca da mãe num elevador e apertou o nono andar, lugar sem proteção de tela, lugar das máquinas, numa atualização dos navios negreiros. A mãe fazia o essencial serviço, do ponto de vista da escravocrata, de levar os cachorros para um passeio, numa pandemia, enquanto a suposta patroa, utilizava os serviços essenciais de uma manicure, algo, que , claro, não poderia ser impertinentemente interrompido por uma criança negra. Porque vidas negras não importam. Suposta patroa porque os patrões utilizavam o dinheiro público para criar um arranjo nomeando os seus empregados particulares.

Mas a cada ação terá reação, viva Tereza de Benguela, !!

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