Imagem: Jota Camelo
1. O secretário da cultura demitido não é o primeiro membro do alto escalão do governo a reverberar ideias nazistas. O sinistro da educação, aquele que não sabe usar o corretor ortográfico, que demonstra reiteradamente sua pouca intimidade com a gramática e com a leitura, apresentou o seguinte trecho durante uma palestra sobre a reforma da previdência: “Eles são o topo das organizações financeiras; eles são os donos dos jornais; eles são os donos das grandes empresas; eles são os donos dos monopólios”, se referindo aos comunistas em um discurso com uma estrutura paranoica bastante semelhante à utilizada pelos nazistas em relação aos judeus. O próprio ex-capitão em campanha assume a ideia autoritária de uma “purificação” do país, e anuncia que vai fuzilar a “petralhada” (Jornal Folha de S.Paulo). Coincidência?
2. Também há um destaque na imprensa a um pronunciamento do jurista Pedro Serrano: “Defender o nazismo é ilícito não porque defendê-lo é extremista, como muito se fala. O nazismo é rejeitado por ter como pressuposto o cometimento de um crime de lesa-humanidade, o genocídio racista, a defesa do genocídio racista como um instrumento de melhoria genética da humanidade”.
3. Ora, pois, o genocídio racista já está sendo cometido aqui. Os povos indígenas estão sendo exterminados. O estímulo ao assassinato da população negra pelo braço armado do estado segue cotidiano. O estímulo à violência de gênero, a perseguição e condenação explícita a homossexuais, a subalternização e desqualificação de mulheres e a falta de assistência à pobreza são a nossa realidade.
4. Saiu o secretário, mas o edital com o projeto nazista ficou, o sinistro que ocupa a pasta da educação ficou, o ex-capitão ficou, e continuam ocupando o planalto.
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