Em um momento de crise política e de forte influência dos grandes meios de comunicação, a urgência da democratização da mídia fica ainda mais evidente, pois é a própria democracia que é colocada em risco. Para entender mais sobre o papel da comunicação, a falta de diversidade e a criminalização da radiodifusão comunitária, a Pulsar Brasil conversou com Bia Barbosa, coordenadora do Intervozes e integrante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), e com Pedro Martins, representante nacional da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC).
Bia Barbosa faz questão de lembrar que os meios de comunicação não são neutros, pois os interesses econômicos e políticos fazem parte do cotidiano. Junto a isso está a grande concentração dos meios, que não permite diversidade e compromete a democracia.
Para a coordenadora do Intervozes, é perigoso que a formação da opinião pública se dê com base em uma única versão da história e que inclusive decisões sejam tomadas desta forma.
No que se refere à democratização da comunicação, Pedro Martins acredita que o debate se faz necessário todos os dias, e não somente em um momento de crise. Ele defende que o assunto precisa ser tratado na esfera dos direitos básicos, o direito humano à comunicação.
Neste cenário, a falta de avanços na radiodifusão comunitária é lembrada. De acordo com Pedro, a comunicação comunitária muitas vezes é criminalizada. O que dificulta ainda mais a pluralidade de vozes.
Para Bia Barbosa, a democracia brasileira só será consolidada quando os meios de comunicação também forem democratizados.