A sociedade tem se perguntado quem é quem e quem faz o quê, afinal de contas. De que lado está a polícia e de onde vêm os bandidos. Quem é bom? Quem é mal?
A característica que difere ambos é o uniforme. Uniforme? Mas agora a bandidagem veste as roupas dos policias e os policiais não tiram a farda para agirem como bandidos.
Em quem confiar? Onde e a quem pedir socorro?
O cidadão é assaltado por um policial, o policial corre atrás do ladrão, o ladrão corre do policial ou corre atrás dele?
Estão agindo juntos ou separados? Quantas perguntas. Quantas dúvidas. É por que não se sabe mais pra que lado correr. Só se sabe que tem que correr. Não dá pra ficar parado. Esperando a polícia… ou será o bandido?!… Ah! Agora ficou complicado. Os cidadãos estão confusos, desprotegidos.
Quem assume seu papel? A polícia o papel do bandido e vice-versa. Ora, essa confusão assola o Brasil, uma vez que agora a violência chega às cidades pequenas, nos interiores do país de forma drástica, e pior, planejada, equipada com os mesmos artefatos de segurança das forças armadas brasileiras.
A “guerra” é um flagelo para aqueles que não têm armas, não têm segurança, não têm defesa nem esperança.
O alvo é quem estiver na frente. Seja na linha vermelha, seja na faixa de pedestres, seja parando no sinal. Aliás, não dá para parar mais em sinal. É sinal de que será assaltado, assassinado, perseguido, roubado, enfim, alguma coisa vai acontecer. A probabilidade de não acontecer, é mínima.
Corre! De quem? Da polícia ou do criminoso? Alguém chame a Força Nacional, o exército, a aeronáutica, os fuzileiros navais, porque alguma coisa precisa ser feita.
A nação está indignada, está de mãos atadas, sem saber o que fazer e como viver até que alguma providência sólida, alguma atitude radical seja tomada por parte dos governantes.
O país tem uma lei pobre, cheia de falhas e o código penal já virou leitura predileta dos bandidos, que sabem melhor de que os próprios cidadãos, as falhas à mostra que ele contém. Eles se munem disso, se preparam para entrar no crime ou, se já estão inseridos nele, aprimoram-se como se estivessem exercendo uma profissão, pois já têm o conhecimento do que pode lhe acontecer. A lei acaba sendo mais para a sociedade do que para esses insociáveis.
Já que tem morrido tanta gente inocente, talvez o resultado do “Referendo de 2005 sobre as Armas de Fogo”, devesse ser revisto, apresentado outro parâmetro: o de defesa pessoal para 2007. Ninguém imaginava que a violência chegaria a tal ponto, arrasando famílias inteiras, abalando a sociedade com crimes bárbaros, impiedosos e impunes. Talvez o bandido seja mais ousado porque sabe o cidadão de bem não tem como se defender. E que quem pode defendê-lo, está ocupado no distrito tentando se esconder e/ou levantar dados de algum atentado que acabaram de sofrer, ou dando cobertura e segurança aos corpos carbonizados de um ônibus que atearam fogo do outro lado da cidade.
A segurança está ocupada. Está impotente. Então corre! Pra onde? Bem, se souber e tiver para onde correr, tomara que tenha sorte de chegar lá sem ter sido atingido por uma bala perdida.
8 de março de 2007 - 10:36