SP e Rio promovem atos contra a corrupção na mídia

No Rio, o ato acontece a partir das 17 horas desta sexta, em frente a Cinelândia, centro. Os organizadores acreditam que “pode até não reunir muita gente, dado o em cima da hora”, mas a simbologia é importante. Afinal, a Cidade Maravilhosa é sede do maior império de comunicação do país: as Organizações Globo.

Em Sampa, berço da Abril, que edita a Óia, o ato começa às 14h, no vão do Masp na Paulista -mesmo local onde os cansados de sempre ensaiaram protesto anti-corrupção, no 7 de Setembro. Os Sem-Mídia, tudo indica, têm mais embocadura para esse tipo de coisa. As adesões na página do evento no Facebook já passam dos 1.000. E se eu conheço os cariocas do movimento, muita gente vai encarar ponte aérea e participar.

Claro que manifestar-se, protestar, cobrar, é parte da democracia-cidadã – de um lado e do outro. Ainda que, no velho ditado popular, muitos imitem “o sujo falando do mal lavado”.

Ninguém pode ser a favor da corrupção. Muito menos quando lapida o dinheiro público que é para, ou devia, ser usado para melhorar a vida das pessoas. Mas o corrupto não brota de osmose, não é um cachorro correndo atrás do próprio rabo, sem jamais alcançá-lo. Numa fábula, ele seria o animal que precisa ser alimentado por quem o domestica.

Trata-se de mal planetário. Aqui, em Terra Brasilis, está na origem, é cultural. Parte do princípio de que a coisa pública não é de ninguém. Não se pensa no coletivo. E é cultivada nas pequenas coisas, como dar um troco a garçon da festa para servir mais e melhor o uísque, por exemplo.
O que não quer dizer que não tenhamos que combatê-la. E talvez, seja esta a diferença que passa a incomodar. E incomodará muito mais quando corruptos e corruptores, mais do que denunciados, passem a ser punidos.

Abaixo, trecho inicial do manifesto que será lido no ato:

“Senhoras e senhores,

Estamos aqui hoje para nos manifestar contra a corrupção, mas não como aqueles que estiveram neste mesmo local no último dia 7 de setembro dizendo que se manifestavam pelo mesmo motivo. O que aquelas pessoas fizeram, na verdade, foi um ato orquestrado por grandes impérios de comunicação e que teve como objetivo favorecer partidos políticos.

Antes de prosseguir, é bom explicar que este Ato Público não pertence a nenhum partido político, a nenhum sindicato, a nenhum grupo de interesse. Foi convocado pelo Movimento dos Sem Mídia, que luta pela democratização da comunicação no Brasil, ou seja, para que essa comunicação não continue na mão de meia dúzia de famílias.

Quem são esses impérios de comunicação? São a Globo, os jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo e a revista Veja e alguns outros que repetem o que eles dizem. Esses veículos estimularam a manifestação que ocorreu aqui no Masp no último dia 7 usando artigo escrito por um jornalista espanhol ligado a esses empresários de comunicação”.
(…)
Leia o manifesto inteiro:

http://www.blogcidadania.com.br/2011/09/abaixo-a-corrupcao-da-midia/

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