Usuários brasileiros de rede P2P já podem ser processados

Aconteceu ontem, dia 17 de outubro, no Rio de Janeiro, a coletiva de
imprensa convocada pela IFPI (Federação Internacional da Indústria
Fonográfica) através da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de
Discos). O presidente mundial da IFPI anunciou à imprensa nacional uma *nova
rodada de ações judiciais*. Estas serão agora movidas contra usuários de
redes de compartilhamento de arquivos de música (através de softwares como
eMule e Soulseek) não só nos Estados Unidos, mas *também no Brasil*, onde 20
pessoas já estão sendo processadas.

Inscritos e aprovados na véspera para participação no evento, três
professores do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da Escola de Direito
da Fundação Getúlio Vargas *tiveram sua entrada impedida*. Alegou-se que o
evento se destinava apenas à imprensa, embora, de acordo com o convite para
a coletiva, estivessem presentes “membros de gravadoras, sociedades de
autores e sites oficiais de venda de música”.

A Fundação Getúlio Vargas participa dos principais fóruns de debates em todo
o mundo e é a única instituição brasileira de ensino a ocupar uma vaga como
observador permanente na Organização Mundial da Propriedade Intelectual –
tendo recentemente participado da Assembléia Geral da OMPI em Genebra.

Ao barrar a entrada da FGV, a entidade representante das maiores gravadoras
do mundo e a ABPD não impediram simplesmente a entrada dos três docentes
especialistas em propriedade intelectual. Recusaram-se, sim, a debater com a
sociedade direitos garantidos pela Constituição Federal. Da mesma forma que
impedem o acesso ao debate, promovem medidas na contramão do acesso à
cultura, à educação e ao conhecimento.

O CTS/FGV pretendia entregar aos jornalistas um comunicado apoiado por
entidades nacionais e internacionais defensoras do acesso a conhecimento,
dos direitos do consumidor e da atualização da legislação sobre direitos
autorais.

Sem o devido debate público, o tema certamente será conduzido de acordo com
interesses de grandes corporações como as representadas pela IFPI. A
discussão é necessária.

Visite: www.direitodeacesso.org.br.

Clique para conhecer e assinar a
petição preparada
pelo Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da FGV DIREITO RIO
para ser enviada ao Congresso Nacional, pedindo alteração da Lei de Direito
Autoral, visite:

http://a2kbrasil.org.br/PETICAO-PARA-ALTERAR-LEI-DE

Foto: Movimento de resistência na Espanha

2 thoughts on “Usuários brasileiros de rede P2P já podem ser processados

  1. Usuários brasileiros de rede P2P já podem ser processados
    Porque esta mesma industria fonográfica não esta defendendo os autores contra a inadimplência promovida pelo escritório central de arrecadação Ecad e os abusos que a entidade vem cometendo como por exemplo manipulação de planilhas, ocultação de receita, créditos retidos e milhares de manobras inconstitucionais para se apropriar do direito dos autores.
    Os usuários reclamam que pagam valores exorbitantes, sem qualquer critério racional, e os autores recebem importâncias ridículas. sem qualquer possibilidade de fiscalização e aferição. “Em muitos casos, o Ecad se utiliza de ‘artifícios ilegais’ para aumentar a arrecadação, agindo com presunção.
    Agora eles querem cobrar dos sites de dawloads e novas tecnologia, qual o critéreo utilizado, vai recolher pelo nome da obra autor e interprete ou o famoso e obscuro boleto bancário (amostragem), de quem é o direito, dos autores ou da indístria fonográfica ?

  2. Usuários brasileiros de rede P2P já podem ser processados
    Baixar ou disponibilizar arquivos de filmes, músicas, jogos, etc… não constitui crime ou contravenção no Brasil.
    A lei sobre direitos do autor penaliza apenas reproduções com intuito de lucro.
    Usar as redes p2p para baixar arquivos para uso pessoal é legal….

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *