O que é que eu tenho a ver com isso?

Hoje, na fila da agência dos Correios, falei pra uma coetânea que a nossa geração sempre esteve no pico da onda, surfando sempre sem chegar na praia.

Bebemos de Grapette à RedBull, andamos de patinete a metrô, teclamos numa Remington de ferro e teclas duras, com a campainha que tocava no final da linha e hoje teclamos no IPhone.

Na minha infância um interurbano Santa Rita do Passa Quatro- São Paulo (telefone com número de apenas 3 dígitos) levava de três a quatro horas (quando não estava chovendo). Hoje falo com o outro lado do mundo em segundos via Skype. Usamos mimeógrafo e agora transmitimos mensagens via blue tooth.

Percebi que somos um arquivo da História num moto perpétuo; não temos tempo necessário para digerir tudo, mas temos que seguir em frente.
Então, tudo isso pra falar de Julian Assange e o Wikileaks. Ele e sua agência estão sofrendo repressão, tão conhecida por nós. Falsos testemunhos são declarados oficiais. Não preciso entrar em detalhes técnicos quanto às manobras criadas e executadas pela repressão.

Rafael Correa deu asilo político pra ele, na embaixada ecuatoriana em Londres. por que será? que ele fez isso se esse tal de Julian é un gringo?
Por que será que o advogado de defesa de Julian é o mesmo que pediu que a Inglaterra enviasse Pinochet para ser julgado na Espanha?(sem sucesso, a rainha não deixou).

Por que será que um ex-professor de uma universidade chilena, preso e torturado, que conseguiu fugir para a Suécia, hoje tem um site que analisa o caso de Julian, do ponto de vista de um torturado? Tentando abrir a sensibilidade e os olhos das pessoas para a inusitada realidade que vivemos atualmente com a internet, onde os problemas (e soluções) passaram de regionais para globais?

Tenho acompanhado por um site, liberté-info, as manifestações e postagens de pessoas do mundo todo sobre o Wikileaks e suas consequências. A sensação é que assuntos como corrupção, divida, cortes orçamentais sem critério, violência social, está sendo vivido e discutido pelos quadrantes desse planeta.

As pessoas estão nas praças de um modo comovente: jovens ao lado de aposentados apoiando “extra comunitários” e desempregados. Sindicatos que decidem fazer uma vaquinha interna dividindo o salário pra ajudar seus amigos que ficaram sem emprego, casa e tudo o que vem junto. Em Milão uma velhinha de 90 anos sobe no palanque da praça e diz “Tenho noventa anos e não morrerei sob o governo de Berlusconi.” com o lenço vermelho da resistência amarrado no pescoço. A praça veio abaixo!

Quando fui participar da campanha pra baixar o preço do ônibus tinha tão poucos de minha idade lá no meio! Onde estávamos? Todos seriamos beneficiários!

Olha, se o Corinthians (meu timão) foi matéria numa TV russa com destaque, acho que o nosso quintal não tem mais muros. A favela chegou em Moscou.

Então estou, como voluntária, traduzindo textos do site citado para o português. Quem quiser é só entrar e fazer a tradução.

http://liberte-info.net/campaigns/assange/assange_extradition_breaches_legal_principle_br.html

particularmente não vejo sentido em comer pizza de chocolate com confeitos MM como cobertura.

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