Na opinião de Oswaldo León, da Agência Latinoamericana de Informação (ALAI), o FSA foi central para os avanços políticos em temas que relacionam comunicação e integração na América Latina. A primeira edição do encontro aconteceu em 2004 na cidade de Quito, no Equador. León analisa que, depois de três edições, a América Latina vive hoje um momento de governos “abertos ao diálogo” com os movimentos sociais.
Em contrapartida, os meios de comunicação privados fazem o que León chama de “campanha publicitária em face oculta” contra os avanços da democratização da comunicação nos países latinoamericanos. “Coincidentemente a maioria dos centros de estudos e observatórios de comunicação recebem financiamento dos Estados Unidos”, ironizou.
Osvaldo León criticou a visão dominante sobre a regulação dos meios. Em suas palavras: “Essa é uma lógica estabelecida a partir dos poderosos. Para eles, em matéria de comunicação, a melhor lei é aquela que não existe. Então, qualquer mínima proposta de regulação se traduz como uma ameaça à liberdade de expressão”.
Os comunicadores e representantes de movimentos sociais formularam durante o seminário uma nota em solidariedade ao povo e ao governo da Venezuela. Esse seria um exemplo da Campanha apontada por Oswaldo. Sandra Trafila, comunicadora da Associação Nacional de Mulheres Rurais do Chile, leu o documento ao final do Seminário “Um diálogo para democratizar a comunicação e impulsionar a integração”, preparatório para o Fórum Social das Américas. “Esse pronunciamento é um ato de solidariedade ao povo venezuelano e ao processo bolivariano para defendê-lo frente aos constantes ataques dos meios de difusão de grupos monopólicos que vem demonizando o governo da Venezuela”, explicou.
Análises e reivindicações aos governos foram elaboradas em dois grupos de trabalho: “direito à comunicação e movimentos sociais” e “políticas de integração latinoamericana”. Sobre esse segundo ponto, os presentes ao Seminário ressaltaram a necessidade de romper com acordos de livre comércio e fortalecer acordos como a ALBA – Alternativa Bolivariana para os povos de nossa América.
A atividade foi realizada pela Agência Latinoamericana de Informação (ALAI), pela Associação Latinoamericana de Educação Radiofônica (ALER) e pela Minga Informativa de Movimentos Sociais, em parceria com o Governo Paraguaio.