Mais um “não” à Rede Globo

“Pelo momento político que estamos vivenciando no Brasil, estimulado pelas organizações Globo (mesmo grupo da Fundação Roberto Marinho) que apoiou o Golpe de Estado em 1964 e também realizou diversas manipulações eleitorais, e pela atual posição que o jornalismo da empresa vem desenvolvendo, principalmente nos últimos dias, não iremos licenciar os trechos dos filmes do meu pai (Sem Essa Aranha e Copacabana Mon Amour) para a Fundação Roberto Marinho. Não desejamos vincular a obra de Rogério Sganzerla com uma instituição que estimula a violência e o desrespeito à democracia”.

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O filme “Sem Essa, Aranha”, foi realizado durante a ditadura militar, em 1970, e inspirou Caetano Veloso a compor “Qualquer Coisa”. Assim como a obra do cineasta, que alguns críticos chamaram de filme-grito, a canção de Caetano também se rebela contra um Brasil que cala e exila suas vozes: “Berro pelo aterro, pelo desterro, berro por seu berro, pelo seu erro”.

“Copacabana, mon amour” é outro filme de Rogerio Sganzerla, produzido na mesma época. Sua produtora e de Júlio Bressane e Helena Ignez , a Belair, realizou seis longa-metragens em apenas seis meses de 1970. E assim como “Sem essa Aranha”, Copacabana não chegou às salas de cinema devido à censura.

Com trilha sonora de Gilberto Gil, o filme é rodado em CinemaScope, em boa parte nas favelas do Rio de Janeiro e, conforme sinopse na TV Brasil, é um dos experimentos mais radicais do cinema brasileiro. Copacabana, mon amour apresenta parte da mística do submundo do bairro de Copacabana ao modo de uma chanchada tropical. (Ver resenha em Agência Brasil)

Sinai cuida das obras do pai que faleceu em 2004.

A recusa de Sinai em liberar as obras se da na sequência da negativa do professor da PUC, Reginaldo Nasser em participar de programa de debates na Globo News, pelos mesmos motivos.
Também repercutiu nas redes a decisão de Chico Buarque de Holanda de proibir o uso de suas canções pelo diretor de musicais, Claudio Coelho, após este ter enfiado “cacos” (falas que não existem no roteiro original) na obra do compositor, durante uma apresentação, em Belo Horizonte, A peça foi interrompida pelo público, e o diretor acabou pedindo desculpas à Chico Buarque.

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