Em atividade na Ação Educativa, na Capital paulista, no dia 4 de junho, a Ciranda Internacional da Informação Independente abordou o tema “Mulher e mídia”. Representantes da Articulação Mulher e Mídia atuaram como facilitadoras da conversa sobre o assunto. Ainda para pautar o debate, foi exibido vídeo de evento que a articulação realizou em março de 2009 acerca da questão, construído mediante uma aproximação do movimento de mulheres com o de democratização da comunicação.
Na oportunidade, a militante Mercedes Lima contextualizou historicamente o mundo privatizado da TV a partir dos anos 30 e destacou o interesse da ditadura militar, a partir do golpe de 1964, de massificar tudo e criar uma identidade nacional. A ideia de vender uma imagem da mulher brasileira vem daí, importada dos Estados Unidos. “O problema dos postos masculinos e femininos na sociedade é reforçado pela TV.” A jornalista Bia Barbosa, que além da articulação é membro do Intervozes e da Ciranda, salientou que desde 2004 tem crescido a sensibilização quanto à mercantilização da imagem da mulher na mídia e à necessidade de fazer controle social, como resultado de mobilização nos últimos cinco anos de organizações feministas e de mulheres.
Outra facilitadora, Terezinha Vicente, também da Ciranda, apresentou alguns casos exemplares de propagandas que reproduziam estereótipos ou constituíam imagem ofensiva à mulher. Uma delas, em outdoors em Natal, Rio Grande do Norte, continha a foto de uma mulher com olho roxo e dizeres que mecânica, funilaria e pintura eram na Via Costeira.
A atividade integrou o ciclo de formação pró-Conferência Nacional da Comunicação, a qual se realizará entre 1º e 3 de dezembro próximo, em Brasília, e terá entre os desafios construir propostas a uma política para a área de comunicação que abranja questões de regulação, controle social, conteúdo, diversidade e pluralidade na mídia. A etapa nacional será antecedida pelas municipais e estaduais.