Foto: Vermelho
O pedido de convocação da Conferência Nacional de Comunicação ao governo federal foi um dos principais pontos do documento final do I Fórum de Mídia Livre, que terminou, hoje, no Rio de Janeiro. O evento reuniu jornalistas e outros profissionais da área de comunicação, junto com acadêmicos e estudantes para discutir a democratização da informação.
A Conferência Nacional de Comunicação já foi aprovada no Congresso Nacional com uma verba de R$20 milhões e agora necessita de uma convocação por parte do Executivo. Segundo Antônio Biondi, da coordenação do fórum e membro do Coletivo Intervozes, o documento será enviado aos principais representantes dos três poderes. A idéia é que ele seja colocado à disposição para que outros veículos de comunicação, incluindo blogs e rádios comunitárias, possam utilizá-lo na campanha pela conferência.
É preciso que a sociedade faça pressão, porque pelo Governo Federal isso ficaria ligado só no Legislativo. Nós queremos ter uma conferência nacional como as outras (a exemplos das de Educação, Saúde e Direitos humanos) ”, avaliou Biondi, que disse não acreditar que a conferência saia ainda em 2008, “já que estamos num ano eleitoral”.
O jornalista Lalo Leal, apresentador do programa Ver Tv, transmitido pela TV Brasil, destacou a importância da conferência como um espaço para a “rediscussão de todo o marco legal da comunicação no Brasil”. Segundo ele, o Fórum de Mídia Livre “entende que a legislação é muito antiquada e não dá conta do momento que estamos vivendo”.
Na avaliação de Lalo Leal, há uma concentração muito grande da mídia em detrimento de uma comunicação mais democrática. Ele acredita que já existe uma forte sensibilização na sociedade sobre a importância da conferência.
“O dinheiro existe, assim como a vontade política de grande parte da sociedade. E agora me parece que também por parte os radiodifusores, que estão preocupados com o ingresso no mercado brasileiro das empresas de telefonia. Eles querem discutir novas regras para o setor”, avaliou Lalo Leal.
Outros pontos que também tiveram destaque no encontro foram a democratização das verbas públicas de publicidade, que segundo os participantes ficam concentradas com as grandes empresas, a criação de uma rede através da Internet reunindo várias experiências de comunicação alternativa e a utilização dos Pontos de Cultura, implantados pelo Ministério da Cultura, para a produção de conteúdos de mídia independente.