“Toda sociedade verdadeiramente democrática precisa assegurar a plena liberdade de pensamento e de expressão, assim como acesso de todos às informações e aos meios de comunicação de massa (impressos ou eletrônicos) e às novas tecnologias”, relata trecho do documento entregue aos participantes do I Encontro Paulista pela Democratização da Comunicação e da Cultura.
O tema foi aprofundado na mesa “Mídia, Ética e Violação dos Direitos Humanos”, que levantou a questão das opressões de classe, gênero, etnia e orientação sexual na sociedade. Os militantes entendem que quando essas parcelas não exercem o direito à comunicação, os direitos humanos fundamentais estão sendo violados.
Rachel Moreno, do Observatório da mulher, expôs que a luta contra as opressões têm suas especificidades, mas que são demandas que remetem à sociedade como um todo. “Quando a gente discuti a questão de salário das mulheres, estamos falando da luta de todos os trabalhadores. Elas estão estudando mais e continuam ganhando menos, né? Quem não vai querer contratar uma mulher que vai produzir e render dentro dos atuais parâmetros de produção e ainda ganhar menos? Se os companheiros não encamparem essa luta, a tendência é termos um rebaixamento generalizado do salário”, explicou.
A militante também destacou a invisibilidade dessas lutas na mídia. “Fizemos uma passeata com 50 mil margaridas marchando em Brasília, mas a foto que a Folha de São Paulo deu foi de oito mulheres, não merecendo destaque nenhum. Esse é um exemplo de mídia impressa. A situação é mais grave quando tratamos de rádios e TV’s, já que são concessões públicas”, disse.
Paulo Mariante, do Fórum Paulista GLBT, Weber Lopes, do Núcleo Cultural Força Ativa, e Sérgio Suiama, Procurador da República, também participaram do Espaço.