Já está disponível no Observatório do Direito à Comunicação o vídeo do Intervozes sobre a temática do Direito à Comunicação. O curta traz uma breve história da concentração dos meios de comunicação no Brasil, com os nomes dos principais atores do cenário, e um panorama sobre a dificuldade de se ter uma comunicação mais democrática no país.
Na história, a personagem central representa telespectadores que encontram barreiras para conseguir se fazerem ouvidas frente ao monopólio dos grandes grupos empresariais de mídia. Assim, registra-se a dificuldade que existe no Brasil no cumprimento de normas constitucionais que garantem um cenário mais democrático. A linguagem escolhida para o vídeo foi a mesma do curta “A Ilha de Flores”, devido à simplicidade com que o diretor Jorge Furtado tenta expor características de uma sociedade capitalista. “Fizemos esta opção porque queríamos falar de maneira leve sobre um tema pesado, com pontos polêmicos e difíceis”, explica Pedro Ekman, integrante do coletivo e roteirista do vídeo.
Um dos exemplos do cerceamento à voz da população é ilustrado pela batalha da rádio comunitária Constelação, criada em 1998 por cegos e dirigidas a este público. Os irmãos Roberto e Raimundo da Silva, fundadores da rádio em Belo Horizonte, tentam há mais de 10 anos conseguir uma autorização do Ministério das Comunicações para funcionar legalmente. Enquanto há eles não obtem uma resposta do Minis, tiveram a sede fechada e Roberto foi condenado à prisão por dois anos, em um caso onde a rádio foi tratada como Pirata. “Ali aparece como o Estado lida com os meios alternativos de comunicação”, percebe Paulo. O Ministério das Comunicações ainda não concedeu licença de funcionamento para a rádio.
O vídeo se soma a outros trabalhos que o Coletivo tem produzido, inclusive como material de contribuição para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Recentemente, um caderno de propostas foi lançado tratando sobre outros aspectos da Comunicação como regulamentações e alternativas, como o sistema público de televisão e rádio. “Uma das principais contribuições é levar os assuntos que detalhamos para debate. O vídeo não esmiuça tanto quanto os materiais escritos, mas amplia o potencial de formulação de propostas e abre a linguagem para pessoas que tem dificuldade de entender esta discussão”, aposta Pedro.
Veja aqui o vídeo disponibilizado no Observatório do Direito à Comunicação. http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=5756
Baixe aqui a íntegra do vídeo.