O tom vai subindo nas mensagens do governo golpista de Honduras ao governo brasileiro. Agora, chegou a dar prazo de 10 dias para que o Brasil defina qual o status do presidente deposto Manuel Zwelaya, que se encontra protegido na embaixada brasileira, em Tegucigalpa, desde segunda-feira (21) .
O Brasil não dialoga com o governo de Micheletti, porque não reconhece o governo que se estabeleceu através do uso da força para depor Zelaya. Micheletti tem insistido nas pressões para que o Brasil defina seu hóspede como asilado (o que em tese o teria fora do país) e as tentativas de forçar a diplomacia brasileira a conversar com o governo interino como interlocutor legítimo. Por exemplo, impediu a imprensa brasileira de acessar a área da Embaixada onde se encontra Zelaya, a menos que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorin, solicite oficialmente.
Agora, as intimidações ganham tom de ameaça. Em nota do Ministério interino de Assuntos Exteriores, o governo Micheletti disse se verá obrigado a adotar “medidas adicionais” caso o Brasil não defina Zelaya como asilado, hóspede ou amigo.
Segundo o documento, essas medidas não explicadas estariam conforme o direito internacional. Micheletti já violou a Convenção de Viena ao desrespeitar a inviolabilidade da Embaixada Brasileira no país, cercada por soldados que impedem sua livre administração pelo Brasil.