“Outro mundo não é possível, é necessário”. A frase dita pelo filósofo Leonardo Boff é o prólogo da Carta do Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica encerrado na sexta-feira (27/11), em Brasília.
O documento é um resumo do que o evento, com público de 15 mil pessoas, trouxe para as discussões de educação e de formação profissional nas mais diversas áreas. Em suma, o texto defende a união em detrimento da concorrência entre os trabalhadores.
A carta defende a criação de um novo paradigma mundial, fundamentado não no mercado de trabalho, mas em “laços de cooperação, de interação e de partilha”. Nos cinco dias em que Brasil recebeu o fórum mundial, pessoas de mais de 16 países trocaram experiências e levantaram propostas para construir uma formação profissional capaz de “trazer o resgate e a superação de direitos negados”.
Marco do Fórum Mundial, o julgamento da anistia política de Paulo Freire é também citado no documento. No último dia 26, o Estado brasileiro pediu desculpas oficiais pela perseguição política que fez ao educador. À viúva de Freire, foi dada a maior indenização que a lei permite, de 450 salários mínimos. A anistia do educador foi recebida com lágrimas por sua viúva e pelo público de três mil pessoas que lotaram o auditório principal do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
A agenda estabelecida pela carta prevê compromissos públicos, como aumentar o alcance da educação profissional e promover ações que reconheçam na ciência e na tecnologia instrumentos fundamentais para uma melhor educação. O Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica foi realizado, pela primeira vez, em Brasília, de 23 a 27 de novembro. O evento é um desdobramento dos fóruns Social Mundial e Mundial de Educação.
A íntegra da carta está disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=2032&Itemid=
(FMEPT e Jornal da Ciência)