A Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF) repudia a ação da polícia militar do Distrito Federal e dos soldados do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que participaram da cruel ação que feriu e prendeu diversos manifestantes que participavam do ato pelo impeachment do governador do DF, José Roberto Arruda, na última quarta-feira (9).
Munidos com balas de borracha, cachorros, cavalos, cassetetes, sprays de pimenta e bombas de efeito moral, os policiais não permitiram que os manifestantes seguissem em protesto, nem mesmo pela grama, até a rodoviária do Plano Piloto. Com brutalidade, vários manifestantes foram espancados com cassetetes, pisoteados por cavalos e presos. Até mesmo uma menina de 12 anos que acompanhava a irmã mais velha no protesto foi ferida com cassetadas na canela. No momento em que foi ferida, a menina estava na calçada.
Os jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas também foram coagidos. Balas de borracha e sprays de pimenta foram disparados contra os trabalhadores que tentavam registrar a ação truculenta da polícia. Do alto, um helicóptero da polícia, com um de seus homens armados, acompanhava toda a violência do resto do grupo.
Para a CUT-DF, a ação da polícia feriu o direito constitucional dos cidadãos brasileiros de ir e vir e de se manifestarem livremente. A presidente da Central, Rejane Pitanga, chegou a fazer um apelo de cima do carro de som pedindo que a polícia não agisse com violência e afirmando que a função dos policiais era de proteger a sociedade. Entretanto, as palavras foram abafadas pelos artifícios usados pelo grupo armado.
Essa mesma polícia também foi responsável pela morte de uma pessoa, a perda da visão de outras duas e deixou mais de 50 feridos, em 1999, no episódio que recebeu o nome de Massacre da Novacap. Não permitiremos que isso se repita. Não aceitamos que a polícia se torne um agente político de plantão do governo Arruda.
Apoiamos todas as entidades e pessoas que têm capacidade para representar contra o governo do Distrito federal no Ministério Público ou qualquer outro órgão. Uma nova ditadura não será implantada na sociedade democrática do Brasil. Lutaremos pela garantia de que trabalhadores, estudantes, sindicalistas ou qualquer pessoa da sociedade possa se manifestar contra a corrupção corrente no Distrito Federal sem serem coagidos e feridos.