A menos de 48 horas das eleições gerais em Honduras, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que reúne 12 países, informou não reconhecerá os resultados das eleições de domingo (29). O assunto foi discutido durante reunião com os ministros da Defesa e de Relações Exteriores, realizada hoje (27), em Quito (Equador). A decisão das autoridades latinas teria sido transmitido também à União Europeia (UE).
Segundo a imprensa hondurenha, a posição da Unasul foi divulgada pelo presidente do Equador, Rafael Correa. Dos 12 países membros da organização, apenas três pretendem aceitar os resultados das eleições. Os governos do Peru, da Colômbia e do Panamá devem seguir o dos Estados Unidos, que reconhecem a legitimidade das eleições em, Honduras.
O Brasil, o Uruguai, o Paraguai, a Venezuela, a Bolívia, a Argentina, o Chile, o Equador e a Nicarágua rechaçam as eleições. Nos últimos dias, o governo brasileiro reafirmou que não aceita os resultados do pleito em Honduras por considerar que o processo eleitoral estaria contaminado por causa do golpe de Estado que tirou o presidente Manuel Zelaya do poder em 28 de junho passado.
De acordo com o jornal El Heraldo, de Honduras, interlocutores do presidente golpista Roberto Micheletti negam que será determinado toque de recolher de até sete horas diárias para impedir eventuais manifestações. Paralelamente, há informações de que Zelaya pediu à Organização dos Estados Americanos (OEA) que tome providências contra os Estados Unidos por eles legitimarem as eleições de domingo.
Há dois meses, Zelaya e um grupo de seguidores estão abrigados na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. O presidente deposto retornou clandestinamente ao seu país depois de ter sido destituído do poder por meio de um golpe de Estado com apoio do Congresso Nacional, da Suprema Corte e das Forças Armadas.
O governo brasileiro defende que Zelaya seja restituído ao cargo até a conclusão do mandato no dia 27 de janeiro de 2010, mas ontem a Suprema Corte de Honduras definiu que o presidente deposto seja mantido afastado do governo. (Renata Giraldi, ABr)