A Agência Brasil informa que a delegação brasileira na Organização das Nações Unidas (ONU) enviou uma carta à presidência rotativa da ONU, exercida atualmente pelos Estados Unidos, solicitando uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança para discutir a segurança da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa e do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya.
Ao discursar hoje (23) na abertura da Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a comunidade internacional exige o retorno do presidente hondurenho deposto, Manuel Zelaya, à presidência do país e foi fortemente aplaudido pelos líderes mundiais que participam da assembléia, em Nova York.
Segundo Lula, é preciso zelar pela inviolabilidade da missão diplomática brasileira na capital hondurenha, que abriga Zelaya e correligionários desde segunda-feira (21).
“Sem vontade política não se pode enfrentar e corrigir situações que conspiram contra a paz, o desenvolvimento e a democracia. A comunidade internacional exige que Zelaya assuma imediatamente a presidência de seu país e deve estar atenta à inviolabilidade da missão diplomática brasileira na capital hondurenha.”
Pedido formal
A carta pedindo a reunião extraordinária do Conselho de Segurança foi encaminhada ontem pela chefe da delegação, Maria Luiza Viotti, depois de uma reunião da missão brasileira, em Nova York, com a participação do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Para a delegação brasileira, o Conselho de Segurança tem condições de fazer algo efetivo para garantir a segurança da embaixada, onde está abrigado Manuel Zelaya.
O ministro Celso Amorim, disse estar preocupado com a situação da embaixada brasileira em Honduras. Ele informou também que o secretário-geral da OEA, José Miguel Inzulza, tentaria ir hoje (23) à embaixada brasileira em Tegucigalpa. A missão da OEA ainda não conseguiu ir a Honduras por conta do fechamento dos aeroportos.
Cercada e sem suprimentos
Ontem, manifestantes favoráveis ao presidente Zelaya, que estavam do lado de fora da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está abrigado o presidente Manuel Zelaya, deposto por um golpe militar no último dia 28 de junho.foram retirados do local pelas forças de segurança hondurenhas com gás lacrimogêneo e balas de borracha. A luz, a água e o telefone foram cortados e a embaixada funciona com um gerador a óleo diesel.
Em resposta, no Brasil, o plenário da Câmara aprovou uma moção de repúdio ao governo golpista de Roberto Mecheletti, em Honduras, por cortar suprimentos e impor um cerco militar à representação brasileira.
Para o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), a agressão cometida contra a embaixada é inaceitável pois fere a soberania brasileira. “Toda e qualquer agressão de um Estado contra uma embaixada deve ser repudiada; essa é uma questão de direito internacional, pois envolve a preservação da soberania”, disse Temer ao encaminhar a votação da moção proposta pela mesa diretora da Casa. (com informes da Agência Brasil)