Nota de pesar pela morte do ex-conselheiro Mário Jakobskind
O Conselho Curador cassado da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) lamenta profundamente o falecimento do ex-conselheiro Mário Augusto Jakobskind, aos 75 anos, nesta quinta-feira, 04. O jornalista era um dos 15 representantes da sociedade civil do Conselho Curador quando teve seu mandato cassado em 2016 pelo governo de Michel Temer.
Jakobskind era também escritor, autor de livros como “Cuba Apesar do Bloqueio” e “América que não está na mídia”. Foi integrante da diretoria do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro. Também foi correspondente do jornal uruguaio Brecha, colunista permanente do site Novo Direto da Redação, colaborador do Observatório da Imprensa e do jornal Brasil e Fato e integrou o Conselho do Instituto João Goulart. Trabalhou em várias publicações, entre as quais o jornal Folha de S. Paulo, do qual foi repórter da sucursal do Rio de Janeiro, e na Tribuna da Imprensa, na qual trabalhou como editor de internacional.
Abaixo, reproduzimos o testemunho da presidenta cassada do Conselho Curador da EBC, Rita Freire, sobre o conselheiro e amigo:
“Mário sempre foi uma voz perseverante para que a comunicação no Brasil desse voz ao pensamento progressista e de esquerda, geralmente silenciado ou criminalizado pela mídia oligopolizada. Ele insistia para que a EBC se somasse às iniciativas de comunicação na América Latina pela integração no continente. Sempre teve posição clara contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, um processo que, ato contínuo, golpeou também a comunicação pública, extinguindo até mesmo a participação social na EBC, com a extinção do Conselho Curador do qual ele participava.
Até seus últimos dias de vida, Mario Jakobskind se manteve atento aos reclamos dos trabalhadores em permanente ameaça, às mobilizações da sociedade civil contra o desmonte da empresa, e não fugiu à tarefa assumida por este Conselho e por ex-conselheiros de se manter em resistência pela retomada da autonomia da EBC com participação social.
Mário era um amigo e tinha profundo respeito pela construção coletiva de uma sociedade mais justa. Partiu triste, por todas as perdas de nossa democracia.”
Hasta siempre compañero!
Conselho Curador cassado, em resistência pela EBC