A produtora cultural Elenara Eiabel, a Leléx, e o artista Gaúcho Tonho Crocco estão em Chiapas, participando do Festival Comparte, e acompanhando as atividades do Congresso Nacional Indígena.
Os dois foram selecionados para os eventos promovidos pelo movimento indígena mexicano, representando a Ciranda de Comunicação Compartilhada com atividades artísticas e cobertura jornalística.
Leléx leva para o evento a reprodução de duas exposições realizadas pelo Fórum Mundial de Mídia Livre, em 2013 e 2015, das quais ela foi curadora, além de audiovisuais do Cine Médios Libres. Uma delas é o Memorial Presenças, cujos originais circularam em quatro exposições naTunísia e [no Brasil>https://www.ciranda.net/Presencas-midialivristas-por-um], entre 2013 e 2014, e foram doados ao Memorial do Fórum Social Mundial [na edição temática de Porto Alegre, em 2015. A segunda é a exposição de cartuns que mostra a Arte e o Humor como Resistência, tema levado ao IV FMML e a Porto Alegre.
Tonho faz show no dia 23 de julho.
Tonho Crocco participa de show no dia 23 de julho. Cantor e compositor, ex- Ultramen, dono do selo independente MoMo King Records, apresenta parte do trabalho que vem desenvolvendo para o lançamento do segundo disco solo, Das Galáxias, com referências das músicas negras norte-americana e brasileira, do samba-rock, do afrobeat e do samba.
Arte como resistência
A decisão de organizar festivais de artes e ciências (o segundo ocorrerá ainda em outubro) foi tomada pelo movimento indígena mexicano ligado ao EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional), como fora de expressão e construção da resistência à “grave crise que sacode o mundo inteiro e que haverá de se agravar, coloca em risco a sobrevivência do planeta e todos os que o habitam, incluindo os seres humanos”.
A política atual, decidida de cima para baixo, segundo do EZLN “não só é incapaz de idealizar e construir soluções, mas também é responsável pela catástrofe em curso”.
A solução, para os indígenas mexicanos, está nas ciências e as artes, por resgatarem o melhor da humanidade e já representarem a única oportunidade séria de construção de um mundo mais justo e racional.
Além disso, conforme o comunicado da Comissão Sextado EZLN, “os povos e aqueles que vivem, resistem e lutam em porões ao redor do mundo são possuidores, entre outros, de uma sabedoria fundamental: a sobrevivência em condições adversas”.
O Congresso Nacional Indígena e o Festival e Partilha “CompArte pela Humanidade”, têve início dia 17 e vai até 30 de Julho. Elenara foi admitida no Congresso como participante observadora, e no Festival como expositora.
Poderão participar tod@s que tenham como prática a ARTE. Para o zapatismo, artista é toda pessoa que reivindique sua atividade como arte, independentemente de cânones, crític@s de arte, museus, wikipédias e demais esquemas de “especialidades” que classificam (quer dizer: excluem) as atividades humanas.
O festival se divide em dois grandes eventos:
Uma parte ocorre no CIDECI, em San Cristóbal de Las Casas, e outro no Caracol de Oventic,ambos em Chiapas. Na preparação, entre fevereiro e junho de 2016, a população das comunidades, regiões e zonas zapatistas promoveu reuniões e festivais para decidir as formas de sua intervenção artística e selecionar aqueles que participariam.
Em 12 de outubro, será realizada a festa em celebração aos 20 anos do Congresso Nacional Indígena, A inscrição para participantes observadores no festejo em homenagem ao CNI será pelo correio eletrônico: CNI20aniversario@ezln.org.mx.
Entre 25 de dezembro de 2016 e 4 de janeiro de 2017, será realizado o evento “conCIÊNCIAS PELA HUMANIDADE”, em San Cristóbal de Las Casas.
Nesse encontro participarão, com direito à fala, somente os cientistas formais e naturais convidados. A inscrição de participante como ouvinte poderá ser feita pelo email conCIENCIAS@ezln.org.mx.