Deve ser bem incômodo ser um homem vivendo em um mundo em que as mulheres finalmente começaram a responder. Ou viver em um mundo em que existe uma invenção chamada “carrinho de mão” que possibilita que qualquer pessoa carregue a mesma quantidade de peso (sabemos, muito louco!).
Em um mundo em que existem mulheres engenheiras pra competir com os machões por vagas.
Gritam “liberdade de expressão” pra repetir as mesmas falas machistas que nossos avôs já diziam no século passado como se fosse uma grande novidade confrontadora do “politicamente correto”. Não existe politicamente correto – existem muitas mulheres que já estão de saco cheio dessa merda e vão responder. Graças às deusas que existe a liberdade de expressão, senão isso não seria possível, como não foi por muito tempo.
Em toda a história da Anonymous, fortes personalidades femininas foram motor de nossas ações, nos ajudando a ser viscerais quando era preciso e nosso “lado homem” tentava racionalizar e domar.
Que pena que existam homens que se sentem tão inseguros com suas próprias masculinidades, tão incomodados com a existência de mulheres nos mesmos espaços que eles, que dedicam tempo precioso da própria vida pra tentar diminuí-las constantemente em vez de, por exemplo, trabalhar corretamente. E depois ainda dizem “mulher” é o sexo frágil. Ah, tá.
Pensem, hoje e sempre, em todos os(as) “anônimos(as)” que a história engoliu. E isso vai ajudar a entender mais profundamente o que é a Ideia,que vai muito além da brincadeira do super-herói.
Há 200 anos, Ada Lovelace escreveu o primeiro programa de computador do mundo. Ela criou um algoritmo que poderia fazer com que a Analytical Machine computasse uma série de números complexos, conhecidos como princípio de Bernoulli. Ada nunca foi “bela, recatada, do lar” – e esteve sempre a frente do seu tempo. Infelizmente só foi reconhecida como pioneira em programação um século após sua morte. Pensemos no quanto Ada contribuiu para a computação. Além disso, quantas “Adas” foram silenciadas por uma história masculina e patriarcal?
Sempre repetimos: Anonymous é tratado com neutralidade de gênero porque a verdade destruiria o mito midiático de que somos um coletivo disperso de homens hackers brancos.
A Alezzia não é a primeira e nem vai ser a última marca a capitalizar em cima de machismo descarado. Esperamos que um dia a qualidade de seus baste pra que a marca venda sem precisar apelar pra essa estratégia de marketing patética.
Enquanto isso, esperem respostas.
Nós somos Anonymous. Somos uma legião.
Nós não esquecemos. Nós não perdoamos.
Esperem por nós.
Obs: Ada Lovelace foi piorineira no desenvolvimento de programação