Pela importância do sistema educacional como correia de transmissão de ideologias hegemônicas (eurocêntricas, portanto) o Movimento Negro (MOVINE) há tempos vem intervindo nesse setor-vital para conquista da equidade racial.
Dentre as ações do Movine nesse campo, está a revisão dos livros didáticos (sobretudo ,conteúdo/gravuras). Nesse momento , está sendo travada mais uma batalha nesse sentido.
O ´alvo´ está sendo o livro Caçadas de Pedrinho que pretendemos fique fora da lista do MEC. Registra-se que “ (…) No parecer apresentado ao Conselho Nacional da Educação pela Secretaria da Educação do Distrito Federal, a professora Nilma Lino Gomes, da UFMG, salienta que o livro faz “menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano, que se repete em vários trechos”.
Destaco alguns: “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou na árvore que nem uma macaca de carvão”, ou (ao falar de um possível ataque por parte de onças) “Não vai escapar ninguém – nem Tia Nastácia, que tem carne preta”, ou “E aves, desde o negro urubu fedorento até essa joia de asas que se chama beija-flor”.
Como de sempre, os/as racistas de plantão estão ´batendo forte´ . Cabe lembrar que no livro ´Escola e Racismo´ (1996) o Cedenpa já sugeria que obras de cunho racistas de Monteiro Lobato fossem excluídas – no exemplo daquele livro o texto é `Narizinho´(Sítio do Pica-pau Amarelo) , onde consta a tia Anastácia como ´negra de estimação´.
Devemos apoiar forte e intensamente as ações da Prof. Nilma Lino – aliás, nossa companheira Zélia Amador de Deus, está nessa missão de apoio, até porque atualmente preside a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros – ABPN.
Para ampliar a visão sobre o assunto, ler texto da Profa. Ana Maria Gonçalves, negra, escritora, autora de “Um defeito de cor na internet”.