Como membro da delegação do Espírito Santo, participei do Seminário Regional de Comunidades das Religiões de Matriz África – Regiões Sul/Sudeste, de 22 a 25 de novembro de 2007, realizado na cidade do Rio de Janeiro.
Venho cumprimentar e pedir as benções dos Orixás, Inkisses, Vodus; e dos Ancestrais e parabenizar a Coordenação Nacional pela admirável organização a qual tenho a satisfação em destacar: recepção, tema, palestrantes, materiais didáticos, espaço físico, localização, acomodação, alimentação; e outros… Onde estivemos reunidos em um ambiente solidário para debater a respeito das Políticas Publicas voltadas para as nossas Comunidades. Constituindo o inicio de um desafio para estabelecer articulações de sustentação, condução e viabilização do conteúdo das nossas necessidades materiais, bem como da consolidação da nossa cidadania.
Grupos de Trabalhos se organizaram em torno dos temas: Ações emergências, Ações estruturantes, Fome zero; e Geração de trabalho e renda – Previdência Social, Direitos previdenciárias e assistenciais; e Saúde – Tombamento, Reforma; e Fortalecimento das associações – Educação: Acesso ao ensino superior, Inclusão digital, Lei 10.639/03, Eliminação do analfabetismo e educação continuada – Cultura: Linguagens no contexto das religiões de matriz africana, Filosofia, Medicina, Artes, Costumes, Histórias , Estórias, etc. Como palestrantes, estiveram representações das áreas afins de vários ministérios e o encontro também discutiu as contribuições possíveis do PAC Quilombola (programa de Aceleração do Crescimento do governo federal que destina recursos para as comunidades quilombolas).
Sabemos que as nossas Políticas só passaram a ser desenvolvidas a partir do momento que nos organizarmos. O mapeamento das nossas Comunidades tem que ser algo estratégico como política publica de Estado – quem somos, onde estamos; e quanto somos.
É de fundamental importância o dialogar com as comunidades: discutir conceitos sobre os conselhos; discutir política com visão nacional e qual a política que nasce como política afirmativa; discutir sobre tradição e ações afirmativas; e que as particularidades fiquem dentro dos terreiros.
Vimos que este nosso encontro foi realmente abençoado pelos “ORIXÁS”.
Objetivando uma construção social; e não litúrgica de Comunidades das Religiões de Matriz Africana. Com representações de 07 estados brasileiros da região sul/sudeste. Estados estes que no seu dia-a-dia, são admirados pelas suas riquezas culturais; e que nos chama atenção, apesar dessas diferenças culturais identificada principalmente pelos seus sotaques, mas poucos foram percebidos, o nosso espaço foi africanizado com muito axé. Os objetivos eram os mesmos: a linguagem, o pensamento, as atitudes e comportamentos. E não foi diferente em outras regiões; as nossas necessidades e propostas encaminhadas foram muito parecidas, segundo a coordenação nacional. Só quem participou, poderá dizer: a harmonia, simplicidade; e respeito entre todos; sem distinção, coordenação e delegados, o nível hierárquico foi horizontal, em um ambiente de irmandade – Posso dizer com toda segurança, que a análise que fizemos e os nossos sentimentos são os mesmos… Apesar de algumas indiferenças interna entre membros de uma ou outra delegação, que quase impercebível; e quando se reunião para discutir-mos políticas os objetivos eram únicos.
Unificar as demandas e não levar em conta as especificidades. É este o direito que reivindicamos, que sejamos conhecidos, pelas nossas diferenças. É necessário que nos, Comunidades Tradicionais de Religiões de Matriz Áfricas; e nossas Organizações, façam uma aliança para fortalecer o nosso poder; e ao mesmo tempo chamar a atenção para o Projeto de Políticas Publica que queremos para as nossas Comunidades. Levando em conta as peculiaridades de cada segmento. O que queremos dizer sucintamente, é que lutamos por uma Política Publica que respeite as nossas diferenças; e os saberes dos nossos povos.
GEOVAN DE XÂNGO – AXÉ
Os Orixás e as políticas públicas
…Prezado Senhor, li com atenção e respeito os seus artigos, pelos quais lhe parabenizo. Aproveito à oportunidade, para fazer um pequeno comentário e uma sugestão sobre: 1. “Os Orixás e as políticas públicas”, muito bom e importante, a realização deste tipo de evento; 2. Por que vocês não trocam – Comunidades das religiões de “matriz” africana, para Comunidades das religiões de “MISSÃO” africana -, acho no meu entender, que fica mais apropriado, para algo que tem o compromisso de dar continuidade a verdadeira Religião vinda da Africa e que só Deus sabe os sacrifícios que passam todos os seus seguidores. Só como uma verdadeira MISSÃO, é possível mantê-la.
Sou Católico, mas respeito e tenho vários amigos, aqui mesmo em Carapicuiba, o irmão Naldo Silva, da “Casa do Pai Nagô”.
Abraços, Araújo
Os Orixás e as políticas públicas
Prezado irmão, ARAUJO;
Fico muito grato pela observação… Mas a conotação de “Comunidades das Religiãos de Matriz Africana”; veio atrazes de vários debates e encontros nacionais… mas é uma boa sujestão, levarei para prenário em seminários que teremos em breve – Comunidades das Religiões de “MISSÃO” Africana.
Saudações; Axê
GEOVAN DE XANGÔ/AXÊ