A escravidão Negra nas Américas, especialmente no que se refere ao Brasil, liga se à gênese do Capitalismo na sua fase de acumulação primitiva do capital. A África foi arrancada dos africanos, sua gente foi transformada em peças, tudo para atender as necessidades do capitalismo em formação.
Foi assim que começou a diáspora do povo negro, no Brasil, um holocausto que durou mais de 500 anos e que hoje ainda sentimos suas conseqüências.
Nossos antepassados foram transformados em escravos, vistos como coisas, poderiam ser vendidos, comprados, doados, alugados, torturados. Obrigados a assumir uma cultura e identidade de negava suas tradições. Mas não foram passivos, ate hoje lutamos contra o preconceito vindo destes tempos.
Dizem que no Brasil existe “Democracia Racial”, que o Brasil é um país de muitas raças, cores e culturas, mas não é o que nos mostra a mídia e nem reflete a vida de quem sente na cor esse passado, tentam desqualificar e legitimar ideologicamente o preconceito racial e social contra negros e negras, para nós negros brasileiros vivemos num apartheid social, engrossando as camadas dos que se encontram em condição de exclusão, na pobreza, apartados.
A população negra de modo geral ainda não tem acesso “ao mundo dos brancos” (uma disputa covarde, já que os brancos sempre tiveram mais oportunidades que os negros, mesmo os brancos pobres), não existem efetivamente oportunidades iguais para todos, isso sem citar a população negra rural, que vem peleando a regularização de suas terras, para poder ter acesso as políticas publicas.
Dos negros e negras que se destacaram e se destacam nos cenários nacional e mundial, vale ressaltar aqui que esse “passaporte” é a excepcionalidade, quer dizer: se um negro tem reconhecida e comprovada excepcionalidade nas ciências, artes ou cultura, ele passa a ser “aceito na sociedade branca”.
Temos hoje, ainda que minoritariamente uma classe media negra, que as duras penas, conseguiu ter acesso a certos bens de consumo, viver dignamente, conseguiu sair da “senzala social”. Mas o que vemos hoje é que nossa população continua cada vez mais indo morar em morros, favelas e periferias, sem acesso as necessidades básicas.
Muito se avançou nos últimos anos, temos hoje um estatuto da igualdade racial, lei anti racismo, estamos organizados no campo e na cidade e juntos lutamos por uma equidade racial verdadeira e possível.
O Negro no Brasil
Importante reflexão, Vanessa!! É necessário considerarmos que a realidade desigual de hoje tem suas raízes em processos históricos de exploração – só assim podemos construir alternativas para um mundo igualitário que contemple a diversidade. E viva a resistência negra!