As origens da decantada democracia racial brasileira foram lembradas naquilo que têm de sórdido e agressivo pelas debatedoras da Segunda Mesa da II Ciad, que discutiu gênero e equidade na África e na Diáspora.
O assunto remete ao papel das mulheres negras e indígenas nos tempos coloniais, e a uma missigenação que teve como base a reprodução forçada: sempre homem branco, mulher negra, ou homem branco, mulher indígena, lembrou a pesquisadora brasileira Wania Sant’Anna. “Para nós o debate dos princípios de equidade não podem dispensar a revisão histórica desse período”, cobrou.
Sueli Carneiro, do Instituto da Mulher Negra – Geledes, apontou que o estupro colonial de negras e indígenas pelos brancos portugueses está na base da cultura nacional, de uma forma em que a violencia sexual é romantizada e a desigualdade é erotizada. E a relação subordinada das mulheres com seus senhores tornou-se pilar da decantada democracia racial no Brasil.
Matriarcado da miséria
O Brasil é o país com maior população de origem africana no mundo, com 87 milhões de afrodescendentes, segundo uma das pesquisas mencionadas. É uma população que descende das mulheres traficadas da Africa, que no período colonial tiveram papel de reprodutoras da população escrava e de trabalhadoras braçais, e que ainda hoje são submetidas a condições perversas.
“São mulheres empobrecidas”, diz Sant’Anna. “Não falo que são mulheres pobres, porque sua situação é decorrente de ações externas a elas”. Um indicador arrepiante da forma como a população negra feminina é fustigada no Brasil é uma estimativa de vida com diferença de mais de quatro anos em relação às mulheres brancas, decorrente da diferença de qualidade de vida garantida a uma ou a outra.
Para Sueli Carneiro, o Brasil se faz de dois paises racialmente apartados, em que as desigualdades estão presentes em todos os indicadores sociais, um fato que a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as mulheres, Nilcéia Freire, mostrou na mesma mesa temática. E quando a pobreza é vista sob a perspectiva de gênero, lembrou Carneiro “há um verdadeiro matriarcado da miséria”.
As causas estão, segundo ela, em duas espécies de contratos sociais, um deles “ostensivamente neutro” garante a hegemonia masculina.
Outro estabelece uma sociedade organizada racialmente, na qual o estatus de branco e nao branco é demarcado de alguma maneira. Segundo Carneiro, vivemos em sociedades multi-raciais com uma branquitude dominante.
Momento raro
As falas das brasileiras na Mesa sobre Gênero e Equidade foram a um só tempo indignadas – até por ser, como disse Sant’Anna, “uma infelicidade ser ainda preciso tocar no assunto desigualdade”, e emocionadas.
“O momento é de celebração”, disse Mãe Estela de Oxossi, yalorixá do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, que entoou cânticos para desejar longa vida à CIAD.
Miscigenação pelo estupro
mulatas brasileiras, mulheres linda, muitas filhas de brancas com negros e se relacionam com vontade própria, sem qualquer violência, com amor. muita das relações patrões e empregadas tambem foram consensuais.
Pensamento positivos, sem rivalidades. as duas raças foram melhoras. As mulatas são as mulheres mais lindas do planeta, e não são frutos de estupros, muitas na maioria de amor, de paixão de relação branco negra, negrox branca.