Marchando junto contra a opressão

foto: Gal

Entrevista com Valdo.

Weber: O senhor quer dar a sua opinião sobre este dia da consciência negra.

Valdo: Tudo bem. O Dia da consciência negra é uma das grandes movimentações de massa e acho que vai aumentar daqui pra frente, não só no Brasil mas também no mundo, em cima daquilo que eu acho fundamental. A luta de classes não tem cor nem pátria, é uma luta internacional, uma luta da multidão que deve avançar muito no mundo. Você sabia que só nesse século milhões de gente já protestaram no mundo? …..e não é só (por) igualdade racial, é igualdade geral da humanidade que deverá fazer uma revolução. É o que nós estamos precisando.

Weber: Mas, segundo algumas discussões da academia, nos partidos, no movimento negro, há um debate em que a questão de raça antecede a de classe, como você vê?

Valdo: Olha, eu até como sociólogo, historiador e militante, não concordo com a postura. Primeiro não apareceu a questão de raça, mas a questão da opressão dos miseráveis, dos pobres, dos excluídos, desde a luta de Espártaco, não é isso? Passando por Zumbi, por Che Guevara e…tô achando que a luta de classe foi muito anterior, muito anterior à questão racial. Se você pegar, por exemplo, Espártaco, que é um símbolo da luta, ora ele era amarelo. No entanto não tinha nada a ver com a cor. Ele era contra o Império Romano. Então a questão da massa humana é independente da cor. Eu sou pobre e sou branco e estou aqui. E estou aqui porque é uma marcha negra, mas porque é uma marcha classista, não é isso?

Weber: Em nome da humanidade?

Valdo: É em nome da humanidade…eu me sinto aqui não apenas com a marcha negra, mas eu me sinto aqui com a multidão revoltada com a injustiça de um sistema privatista que hoje é o sistema capitalista, que algum dia nós vamos acabar. Eu tenho 66 anos e quero viver 130 anos(risos) e vou ver essa batalha até onde puder

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