O vice-presidente da Comissão da União Africana, Patrick Mazimhaka, afirmou hoje (14) que o relacionamento entre o Brasil e os países africanos deve melhorar após a realização da II Conferência dos Intelectuais da África e da Diáspora (Ciad), em Salvador.
“Melhoramos muito o entendimento entre o povo brasileiro sobre o que é a União Africana, e por outro lado os africanos que vieram [a Salvador] entenderam para onde o povo brasileiro quer que seu governo vá em termos de relacionamento com a África. Nós trocamos idéias muito importantes, em termos de desenvolvimento, democracia e construção da paz”, afirmou.
Segundo Mazimhaka, a União Africana espera que haja um engajamento maior entre os governos nos diversos temas discutidos durante a conferência, como história, juventude e educação.
Em 2003, a União Africana declarou que os países da diáspora, entre eles o Brasil, iriam compor a sexta região da África. “Nós temos cinco regiões, mas sentimos que existe outra com a qual devemos partilhar o que fazemos. Em nossos encontros políticos e discussões, no nosso engajamento internacional, temos que nos consultar, por isso designamos os países da diáspora como a sexta região da África”, explicou o vice-presidente.
A União Africana foi criada em 2002 e reúne todos os países africanos (53), com exceção de Marrocos. Mazimhaka explica que Marrocos queria que o Saara Ocidental, país vizinho, fizesse parte de seu território, mas a União Africana apoiou a independência do país. Em protesto, Marrocos se retirou do bloco. “Mas ainda consideramos Marrocos como membro histórico da União Africana, apesar da divergência política”.
O órgão apóia a presença do Brasil como representante da América Latina e membro efetivo do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Também elogia a atuação do país no Haiti. “É maravilhoso ver os soldados brasileiros fazerem a paz”, conclui Mazimhaka.