Ísis Nunes é paranaense, funcionária pública, casada e mãe de seis filhos e moradora de Guarulhos (SP). Há 11 anos, foi aprovada em um concurso público da cidade paulista. “Subi as escadas e ouvi quando alguém disse: “mas é essa negrinha?”. Depois sumiram os meus documentos e eu tenho certeza que eu perdi a oportunidade de um emprego por ser mulher e por ser negra”, conta Ísis que hoje é coordenadora estadual da União Brasileira de Mulheres (UBM).
Ela participa da Campanha Mundial 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres que começou no último sábado (25) e termina no dia 10 de dezembro. São 16 segmentos de mulheres abordados durante a campanha. Um deles abrange a situação da negra. Independentemente da mobilização, Ìsis destaca que a UBM promove regularmente debates sobre o direito, a saúde e as políticas públicas voltadas para a mulher. “Com os sofrimentos internos nós conseguimos passar para as mulheres que elas têm condições de transformar essa vida de hoje”. Ela levou a amiga Neuma, agredida pelo marido há 10 anos, para participar dos encontros promovidos pela organização.